Em cima de um enorme palanque na Vila Irmã Dulce, a 22 quilômetros de Teresina, Lula fez um discurso como se estivesse em campanha. Abusou de expressôes típicas da linguagem popular nordestina, estranhas à cerimônia do cargo de presidente. Conversando com uma admiradora que gritava embaixo do palanque, disse para a mulher não se “aperrear” porque dali a pouco desceria para lhe dar “um cheiro”. E até se confundiu ao anunciar os ministros, como se ainda não tivessem assumido o governo. No longo discurso prometeu fazer uma revolução moral e ética no País e mandou um recado político aos críticos das alianças buscadas pelo governo.
No palanque, molhado de suor, Lula conversou com os favelados e falou sobre os problemas da fome e da saúde no País, assumindo, com os ministros, o compromisso de fazer muito pela região, numa ação combinada entre os governos federal, estadual e municipal contra a miséria.
Acompanhado de 25 dos seus 31 ministros, ele conclamou os presentes a se juntarem para fazer uma revolução moral e ética no País. No calor do discurso, o presidente por três vezes se esqueceu de que na semana anterior recebera a faixa de presidente e falou ainda como candidato. Na apresentação ao público dos ministros Humberto Costa, da Saúde, Benedita da Silva, da Assistência Social, e Marina da Silva, do Meio Ambiente, o presidente disse que ali estavam os seus futuros ministros. Também se referiu ao ministro das Comunicações, Miro Teixeira, como secretário. A correção veio em seguida com uma frase de justificativa: “Eu agora já sou presidente, já fui até empossado”.
Ao apresentar os ministros, Lula disse que alí estava o time que ia trabalhar para a população durante quatro anos, assinando projetos e tomando medidas em áreas que afetarão direta ou indiretamente todas as pessoas. Para cada ministro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma apresentação. Mas o controvertido ministro da Cultura, Gilberto Gil, foi alvo de carinhosa referência de Lula.