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Determinado a desenvolver uma política externa "agressiva e altiva" em 2005, como pregou esta semana em encontro com 49 embaixadores brasileiros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumprirá este ano ampla agenda de visitas oficiais a outros países. Até agora, estão programadas nove viagens, cobrindo 14 países. A maratona começa nos dias 28 e 29 deste mês, quando Lula participará do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.

Brasília – As demais viagens previstas na agenda da Presidência da República resultam dos contatos que Lula teve ao longo de 2004 com chefes de Estado, muitos dos quais estiveram em Brasília no fim do ano, como o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

As viagens internacionais ajudam na estratégia de Lula de se consolidar como líder entre os países da América do Sul e reforçam a campanha por adesões à candidatura do Brasil a uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU. No encontro inédito com os embaixadores do Brasil no exterior, na última quinta-feira, Lula disse que o Brasil deve ter uma postura altiva nas negociações internacionais, mas sem arrogância, e ter humildade com os países em dificuldades.

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Pelo terceiro ano consecutivo, em abril, Lula deverá visitar a África (Nigéria, Gana, Guiné-Bissau e Senegal). Na agenda prévia de Lula constam retribuições a visitas recebidas ano passado, casos do Japão, Coréia do Sul e à Rússia. Ao Uruguai, poderá ir duas vezes: primeiro, na posse do presidente eleito, Tabaré Vasquez (em março) e, depois, na cúpula do Mercosul (em dezembro).

Em seus dois primeiros anos de mandato, Lula também não parou no Brasil: foram 39 viagens internacionais. Em 2003, seu primeiro ano como presidente, fez 18 viagens. Em 2004, foram 21. Quando na oposição, Lula era um crítico contumaz das viagens internacionais feitas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

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A Davos, Lula irá pela segunda vez como convidado especial: esteve no Fórum Econômico Mundial em 2003, logo que assumiu o mandato. Ele também se reunirá com empresários e investidores na Suíça.

Lula quer tornar os encontros com investidores estrangeiros marca registrada de suas viagens internacionais. Esta, aliás, foi uma de suas recomendações aos embaixadores brasileiros. Que se transformem em homens de negócios, que não se façam de coitadinhos. "Quem já chega achando que não pode, que é coitadinho, pedindo desculpas, esse não é respeitado", disse o presidente. No entanto, alertou os embaixadores para não confundirem altivez com arrogância. "Ao mesmo tempo, isso deve ocorrer sem arrogância, sobretudo quando se trata de países menores, ainda que importante, que temos que tratar com generosidade, amizade e solidariedade", disse o presidente Lula.