Lula vai concluir reforma ministerial em fevereiro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fixou o início do mês de fevereiro como prazo para concluir a reforma ministerial, que tem como objetivo ampliar a participação de partidos da base no governo e acomodar indicações de aliados políticos. "A reforma vai ficar para fevereiro. Ainda tem muita consulta, muitas conversas que o presidente quer fazer", afirmou ontem o líder do governo na Câmara, Professor Luizinho (PT-SP), ao deixar o Palácio do Planalto.

Brasília – A troca de ministros ficaria para depois das participações do presidente no Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, e no Fórum Econômico Mundial, na Suíça. Os eventos estão marcados para o período de 26 a 31 de janeiro. Luizinho e o deputado Paulo Rocha (PT-PA), um dos cotados para substituir Arlindo Chinaglia (SP) na liderança da bancada petista, encontraram-se com o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu. O presidente volta a se reunir na segunda-feira com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e o líder da bancada peemedebista, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), para ter uma conversa decisiva sobre reforma ministerial.

Um dos nomes já acertados para o novo ministério é o da filha do presidente do Senado, a senadora licenciada Roseana Sarney, que é do PFL. Sua desfiliação é dada como certa pelo presidente pefelista, senador Jorge Bornhausen (SC), e seu destino político deve ser o PMDB. Outro movimento tido como certo é a abertura de espaço para o PP. O partido deve ocupar uma pasta, provavelmente substituindo Agnelo Queiroz (PCdoB) no Ministério dos Esportes, com o líder do partido na Câmara, Pedro Henry (MT).

Com a reforma, segundo o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), o presidente quer incrementar a "eficiência política" do governo, além de consolidar uma maioria estável no Senado, papel que caberia a Roseana, já que, mesmo deixando o partido, atrairia votos do PFL para os aliados.

Lula baterá o martelo sobre a pasta que será ocupada pela senadora e outros aspectos da reforma, incluindo a realocação de ministros peemedebistas, na próxima segunda-feira em encontro com o presidente do Senado e pai de Roseana, José Sarney (PMDB-MA), e com Renan. "Há uma convergência em todos os partidos da base que é fundamental a presença da governadora Roseana no governo… A filiação da senadora é uma conseqüência da reforma, não pode ser tratada antes", afirmou Renan. Assim que receber convite do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva para ocupar um ministério, o que já é dado como praticamente certo, a senadora Roseana Sarney (MA) deve comunicar ao PFL sua desfiliação do partido. A intenção inicial da ex-governadora era ficar sem partido por alguns meses, mas está sendo orientada por amigos e auxiliares a adotar uma nova legenda tão logo seja concretizada sua ida para o governo.

Roseana: cota pessoal do presidente

Brasília – Se for para o governo e, em seguida, para o PMDB, Roseana não será contada como da cota do partido no Ministério de Lula. Trata-se de uma escolha pessoal do presidente Lula. A saída da senadora do PFL foi defendida ontem pelo presidente nacional do partido, senador Jorge Bornhausen (SC). Bornhausen garantiu que a saída de Roseana não enfraquece o partido, que é de oposição. Segundo ele, a senadora não está acompanhando as decisões e não está votando com o partido no Congresso. "A saída da Roseana não enfraquece o partido porque ela já não estava votando com o partido", disse. A entrada de Roseana no governo é uma forma de Lula agradecer o pai da senadora, José Sarney, presidente do Senado e um dos baluartes do governo Lula no Congresso. A hesitação da senadora em ir para o PMDB estaria no fato de conviver no mesmo partido de seu pai. No entanto, observadores acreditam que isso não será obstáculo para a engenharia política.

O senador Aloizio Mercadante (PT-SP), um dos defensores da ida de Roseana para o ministério, afirmou ontem que a reforma terá como objetivo escolher nomes que incrementem a "eficiência política" do governo, além de consolidar uma maioria estável no Senado. "A senadora Roseana… teve um papel importante nesses dois anos no ponto de vista da costura das alianças no Senado. E tenho certeza que ela continuará marcando sua performance pelo espírito público, seja qual for a função que ela possa ter no futuro", disse Mercadante.

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