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Lula vai à Catedral da Sé para se despedir de d. Paulo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou à Catedral da Sé às 19h34 desta quinta-feira, 15, entrando pelos fundos. Trazido pelo padre Júlio Lancelotti, da Pastoral do Povo de Rua, ele cumprimentou a família e foi saudado e abraçado por Flávio Arns, de 66 anos, sobrinho de d. Paulo e atual secretário de Assuntos Estratégicos do Estado do Paraná – político filiado ao PSDB, ele já foi senador pelo PT.

“Conheci d. Paulo há muitos anos e vim trazer meus pêsames à família. Ele merecia receber o prêmio Nobel da Paz (pelo que fez durante o regime militar). Ele foi injustiçado pela luta que teve, pela coragem de enfrentar a ditadura, pela coragem de enfrentar e defender quem ninguém procurava, além de denunciar a tortura, quando até a imprensa estava calada”, disse o ex-presidente. “O Flávio me falou que ele já recebeu o prêmio que recebe, o prêmio do povo”, ressaltou, em meio a uma igreja lotada.

A fila para se despedir do corpo, desde à tarde, seguia do Marco Zero até o altar da catedral. Alguns compareceriam com a camisa do Corinthians, umas das paixões de dom Paulo. Torcedores da organizada Gaviões da Fiel enviaram coroas e também foram visitar a igreja.

Lula ficou 7 minutos ao lado da urna. Logo na sequência, o padre Júlio celebrou uma missa cheia de representantes de pastorais sociais, grupos de oração e povo de rua. A família do cardeal, incluindo o irmão Felipe Arns, de 88 anos, e a irmã Otília, de 92, marcou presença em todos os instantes do velório. Entre as autoridades, também compareceu, em cadeira de rodas, o ex-governador de São Paulo (1975-1979), Paulo Egydio Martins, de 88 anos.

Durante a homilia, o padre Julio Lancellotti colocou a mão na cabeça de d. Paulo e começou a falar com o cardeal, mostrando as representações pastorais que estavam na Catedral da Sé e prometendo presença em peso dos fiéis na sexta-feira, quando o corpo de d. Paulo será sepultado. O gesto do padre Julio emocionou os que lotavam a catedral na noite desta quinta-feira. O padre ainda cumprimentou com um abraço uma das irmãs de d. Paulo, Zélia, em consolo a toda a família do cardeal.

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