Salvador
– O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em seu esforço para iniciar o governo em um clima de entendimento foi ontem à Bahia conversar com o senador eleito Antônio Carlos Magalhães, um dos caciques do PFL. Ao chegar no aeroporto, Lula ganhou de uma baiana um colar de contas vermelhas de Iansã, orixá no Candomblé, que foi logo entregue à sua mulher, Marisa. Ele também recebeu uma fita de Nosso Senhor do Bonfim que, imediatamente, amarrou no braço. O presidente Nacional do PT, José Dirceu, e o economista baiano José Sérgio Gabrielle, diretor da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal da Bahia, e integrante da equipe de transição, acompanhavam o presidente eleito.O encontro de Lula com ACM aconteceu no Palácio de Ondina, sede do governo. Além de Lula e ACM, participaram do encontro também o governador da Bahia, Otto Alencar (PFL), e o governador eleito, Paulo Souto (PFL). Oficialmente, Lula visitou a Bahia para agradecer à população do Estado pela expressiva votação que obteve. Em Salvador, o presidente eleito teve sua maior porcentagem no segundo turno (cerca de 89 por cento) entre as capitais.
Lula também se encontrou com a meia-irmã Maria da Silva Chamone, que mora no município de Dias D?Ávila, a 100 quilômetros Salvador, e está na Bahia há 18 anos. Acompanhada do filho Samir, de 21 anos, Maria contou que ainda não havia falado com o irmão por parte de pai depois que ele foi eleito presidente da República. “Não existe diferença entre o Lula presidente e o Lula irmão. Ele continua brincalhão do mesmo jeito??, disse Maria Chamone à jornalistas depois de um almoço.
O senador eleito Antônio Carlos Magalhães afirmou, ao sair da reunião com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio de Ondina, que o encontro foi “muito agradável”. Segundo ele, na reunião foram discutidas as mais variadas questões do País, mas não foram abordados o salário-mínimo nem a disputa pelas presidências da Câmara e do Senado. A conversa, segundo ele, girou em torno dos planos do presidente eleito e do combate à fome.
ACM reiterou o seu apoio e, segundo ele, também do PFL, nessa fase inicial do governo Lula. “Tenho posição de partido. O meu partido e eu particularmente já demos um crédito total de confiança ao Lula. Eu já dei até com meu voto. Então, nessa primeira fase nós vamos apoiar Lula e, provavelmente, poderemos apoiar por todo tempo, se essa for a disposição dele, trabalhar pelo país, indistintamente”, afirmou.