Lula usa Haiti para se impor na ONU

Porto Príncipe

– Usando um boné azul da Força de Paz das Nações Unidas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez ontem um discurso ressaltando que o fato de o Brasil chefiar a missão de paz no Haiti mostra a confiança da comunidade internacional na capacidade dos brasileiros de garantirem a paz. Num momento em que o Brasil luta por vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU, Lula sinalizou que o Brasil tem credenciais para isso.

“Isto demonstra que a comunidade internacional confia na nossa capacidade de garantir a paz. Não podíamos nos resignar e assistir com impotência e fatalismo a escalada de violência e medo no Haiti. Não há maior terror do que a exclusão social e a perda de perspectivas de um futuro melhor”, discursou Lula.

O presidente ressaltou que essa é a maior missão de paz que o País já participou e que ele vem ao Haiti justamente para celebrar a paz. Antes do discurso, o presidente plantou uma muda de pau-brasil no local onde se encontra a Brigada Haiti. O presidente ressaltou que a decisão do Brasil de chefiar a missão foi tomada pelo próprio Conselho de Segurança da ONU. “Quando decidimos enviar as tropas, com o apoio do Congresso, reconhecemos que o Brasil não poderia ficar alheio à dor e ao sofrimento de um povo irmão”, afirmou.

Sobre o jogo entre a seleção brasileira e a do Haiti, Lula disse que os jogadores estão mostrando que nenhum sonho é impossível. Dirigindo-se aos quais 1.200 homens da Brigada Haiti, o presidente disse que “os nossos jogadores não são os únicos craques brasileiros no Haiti. Parabéns, vocês também estão fazendo um gol de placa”, disse Lula.

No entanto, a tarefa das tropas brasileiras está apenas começando. No Haiti, durante as manifestações e os conflitos armados do começo do ano, houve diversas violações do direito humanitário, principalmente as invasões dos hospitais que recebiam os feridos. Grupos armados entravam nas instalações médicas para terminar de executar os “alvos politicos”. A crise social e política diminuiu após a queda do presidente Jean-Bertran Aristide, mas está longe de seu fim.

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