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Foto: José Cruz/Agência Brasil

O presidente, ao lado da primeira-dama, Marisa Letícia, abre o desfile militar de Sete de Setembro em carro aberto, na Esplanada dos Ministério, em Brasília.

Em meio a críticas à corrupção no governo e aos problemas de segurança pública no País, o governo federal usou o desfile do Dia da Pátria, em Brasília, para mostrar o poder de fogo da Polícia Federal. No palanque, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus 22 ministros aplaudiram entusiasticamente a passagem dos homens e veículos da PF. Ao contrário do que ocorreu em anos anteriores, a PF levou para o desfile um grande aparato, com batalhões de policiais, cachorros treinados para o combate ao narcotráfico, motos, jipes ônibus e até lanchas especiais.

Nesse momento, Lula puxou o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para perto de si no palanque das autoridades. O presidente chegou a brincar com o ministro dizendo que Bastos podia ?parar de pedir dinheiro porque a PF estava muito bem equipada?.

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Fora do palanque, assessores do Ministério da Justiça confirmaram que a intenção era mostrar que o governo Lula está investindo na Polícia Federal. Para caracterizar um avanço, foi produzido um contraste com veículos antigos da corporação mostrados no desfile: um Opala e um antigo camburão guardados como relíquias.

?Sem sombra de dúvida esse reequipamento, essa quantidade de veículos, é muito importante?, disse a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, ao final do desfile. ?Para nós é muito importante que a Polícia Federal seja reequipada. Até porque a Polícia Federal tem desempenhado um papel muito importante no combate à corrupção, ao crime organizado, ao tráfico de drogas e à apreensão de armas. É uma nova Polícia Federal que aparece nas ruas.?

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Jornalistas perguntaram a Dilma se o governo estava empenhado em mostrar que combate a corrupção e o crime organizado. ?Não precisamos provar isso?, respondeu ela. ?A gente sabe que a Polícia Federal hoje tem outra qualidade. Isso explica porque há essa quantidade de operações da PF.?

Salto alto

A ministra-chefe da casa Civil, Dilma Rousseff, também afirmou logo depois do desfile comemorativo ao 7 de setembro, que ninguém no governo está de ?salto alto? por causa da vantagem nas pesquisas eleitorais, nem acha que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já ganhou a eleição. ?A gente sabe que a eleição é decidida no dia da eleição, essa é a nossa posição, bastante prudente e respeitosa com o eleitor?, afirmou. Em seguida, no entanto, ela deixou escapar que a decisão será em primeiro turno. ?A eleição, quanto mais respeitosa for melhor para a democracia, porque a eleição acaba dia 1.º de outubro, e isso é melhor também para o País e para a República?.

A uma pergunta se estava mesmo certa de que não haverá segundo turno, ela foi mais cautelosa: ?Pode ter e pode não ter. As pesquisas apontam para uma decisão em primeiro turno. Agora, isso não está garantido, não está assegurado. Nem nós fazemos disso um cavalo de batalha.?

O ministro da Defesa, Waldir Pires, também falou da sua expectativa em relação ao segundo mandato. ?Há um sentimento de que continuará este processo?, comentou o ministro. Ele disse que o assunto predominou no palanque de autoridades. ?Trocamos idéias?, minimizou o ministro, acentuando que ?há um sentimento de otimismo e o processo a que me refiro, é no sentido de que mantenhamos o rumo, vencendo as dificuldades e construindo uma sociedade decente?.