Lula se propõe a discutir com governo a crise econômica

Apesar de considerar que o governo ?brincou com coisa séria e fez terrorismo econômico? ao associar a instabilidade econômica às eleições, o candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, reafirmou a disposição de seu partido em discutir saídas para a crise com o presidente Fernando Henrique Cardoso. ?Acho que o presidente da República deveria, se tem problemas, convocar a oposição.

O governo sabe que a situação econômica é grave, a vulnerabilidade externa maior ainda. Só tem um caminho: voltar a produzir, aumentar o mercado interno e a capacidade de exportação, porque vai permitir a queda de juros, que as empresas invistam corretamente, geração de emprego, distribuição de renda?, declarou Lula, ao deixar o Palácio Laranjeiras, onde tomou café da manhã com a governadora do Rio de Janeiro, Benedita da Silva (PT).

Lula criticou a Petrobrás pela decisão de construir no exterior a plataforma P-50. A concorrência foi vencida pela empresa Jurong, de Cingapura. ?A Petrobrás não leva em conta que precisamos gerar emprego no Brasil e fica contratando plataformas em outros países, gerando emprego na Finlândia, em Cingapura, quando precisamos de emprego no Brasil. O brasileiro precisa trabalhar e a Petrobrás pode e deve contribuir e não contratar (mão de obra no exterior), a não ser que provem tecnicamente que não temos competência de fazer o trabalho no Brasil?, declarou o candidato.

Os colaboradores da campanha petista ficaram satisfeitos com o desempenho de Lula na entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo, na noite de ontem. Consideraram que Lula passou uma imagem de tranqüilidade, apesar de ter sido questionado sobre assuntos delicados enfrentados hoje pelo partido, como as acusações de cobrança de propina na prefeitura petista de Santo André e o apoio do ex-governador de São Paulo Orestes Quércia, da ala dissidente do PMDB.

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