Santiago (Chile) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado (10) que está tranqüilo, pois o governo tem maioria no Senado para aprovar a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), mas admitiu a tentativa de aproximação com o PSDB.
"Quando decidimos conversar com a oposição, sobretudo com o PSDB, demos um sinal de que achamos o PSDB um partido que pode ter uma relação diferenciada do DEM. Isso fica muito claro, até porque tivemos uma relação histórica com o PSDB. Quando ninguém era PSDB, quando ninguém era PT, todo mundo era amigo", disse Lula a jornalistas, minutos antes de retornar ao Brasil.
De acordo com o presidente, não é fácil estabelecer uma relação com a oposição. A interferência da imprensa, avaliou, torna essa aproximação ainda mais difícil. "Muitas vezes a relação é feita pela imprensa e nunca acreditei, na minha vida, em qualquer acordo que você faça pela imprensa. Isso cria ciumeiras internas, isso cria debate desnecessário. O bom acordo é aquele que você faz em silêncio e depois você anuncia o resultado dele de forma, eu diria, consagradora", afirmou.
Apesar da dificuldade de um acordo com o PSDB, o presidente disse ainda acreditar no sucesso das negociações: "Ainda acredito nas conversações com o PSDB, nós temos algum tempo ainda, de forma que estou tranqüilo com a votação da CPMF."
Caso a prorrogação não passe no Senado, o governo federal pretende remanejar recursos para cobrir os R$ 40 milhões previstos no Orçamento Geral da União para 2008 ? mais da metade deste total se destina à área de saúde.
"Pode ficar certo de que nós vamos arrumar R$ 40 milhões, porque nós vamos tirar de algum lugar", acrescentou o presidente.