Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula recebeu nesta quinta-feira (2), no Palácio do Planalto, da comissão de parentes de vítimas do acidente com o Airbus da TAM, um manifesto cobrando agilidade nas investigações e adoção de providências para evitar novos acidentes aéreos. O mesmo documento também foi entregue às CPIs do Apagão Aéreo da Câmara e do Senado.
Ao deixar o Planalto, Luiz Fernando Moisés, cuja mulher morreu no acidente, disse que o presidente Lula mostrou-se solidário aos familiares e se comprometeu a cobrar uma investigação séria.
"O presidente disse, no entanto, que só vai se manifestar oficialmente sobre o ocorrido quando tiver toda a documentação referente ao acidente. Ele (Lula) também nos falou de algumas providências que estão sendo tomadas pelo governo, como a troca do ministro da Defesa e as reuniões constantes que visam melhorar as condições nos aeroportos", relatou Moisés.
Em nome dos parentes das vítimas do acidente, Moisés reiterou que neste momento a maior preocupação é com as providências que deverão ser tomadas no sentido de evitar que novas tragédias aéreas aconteçam. "Esperamos, portanto, que não só o presidente, mas também a Câmara e o Senado apurem e punam os responsáveis para que essa situação não volte a acontecer", defendeu.
Ao ser perguntado sobre o vazamento das informações da caixa-preta, respondeu: ?Nós, familiares, achamos que foi um sensacionalismo barato, porque somente as vozes, como a gente viu, só serviu para aumentar o nosso sofrimento. Os dados técnicos, que também são tão importantes para se chegar a uma conclusão, isso não foi revelado. A forma como foi feito ontem só serviu para agravar o nosso sofrimento".
Raifran de Almeida, que perdeu um irmão, a cunhada e dois sobrinhos, ao ser indagado se o governo estaria sendo omisso diante da crise aérea, disse que não é o momento de julgar ou culpar ninguém.
"Não queremos julgar ninguém neste momento e nem culpar ninguém. Estamos aqui com um manifesto único pedindo responsabilidade por parte de todos. Vamos aguardar. Queremos justiça".
A audiência com o presidente Lula foi solicitada pela comissão de parentes das vítimas. O Palácio do Planalto informou que o encontro durou cerca de 50 minutos e também contou com a participação do ministro da Justiça, Tarso Genro.
Segundo a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, o presidente, durante a audiência, agradeceu a presença dos familiares e voltou a externar solidariedade. Lula, segundo o Planalto, também reiterou preocupação para que se conheça a verdade dos fatos.