Brasília

– No discurso que fez na sede da Confederação Nacional do Comércio (CNC), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou de incrédulos os que esperam que o governo “faça tudo, como se o governo fosse Deus”. Ele pediu o apoio da sociedade civil para a ação de combate à miséria e à fome e disse que o governo não quer a paternidade dos resultados de programas como o Fome Zero. “Se alguém quiser fazer alguma coisa, faça, não fique esperando o governo!”, apelou. “Não queremos ver a cor da semente, mas o resultado dessa semente.”

Na avaliação do presidente, é uma vergonha um país com a potencialidade do Brasil, “que não enfrenta problemas como geadas nem vulcões”, viver situação descrita em 46 pelo estudioso Josué de Castro, autor do livro A Geografia da Fome . “Entra governo e sai governo, e as pessoas se tornam mais pobres do que antes”, constatou. “Enquanto não puder fazer a economia crescer e aumentar o emprego, eu quero dizer muito obrigado a vocês por estenderem a mão e darem um prato de comida a quem não tem. Isso não é uma tarefa menor”, afirmou, rebatendo críticas de que o Fome Zero é uma ação fisiológica do Estado. “Nós não temos que ter vergonha de enfrentar esse trabalho. Não estamos fazendo proselitismo nem dando esmola a ninguém.” Na solenidade de assinatura de acordo entre o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Ministério Extraordinário da Segurança Alimentar, o presidente disse que “em lugar nenhum do mundo a fome leva à revolução. ?

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