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Brasília – Para tentar deter a crise interna do PMDB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu entrar em campo e vai dedicar o dia de hoje a contatos pessoais com deputados e senadores do partido. Primeiro, ele almoça com a bancada de deputados na casa do ministro das Comunicações, Eunício Oliveira. Depois, janta com a bancada de senadores na casa do ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo. Com este gesto, o presidente pretende demonstrar que quer o PMDB no governo e sinalizar um compromisso de parceria com o partido para as eleições de 2006.

O encontro do presidente com deputados e senadores peemedebistas foi decidido diante da avaliação de que é real a possibilidade do partido decidir pela entrega dos cargos que ocupa no governo na convenção marcada para 12 de dezembro. O esforço do Palácio do Planalato para evitar que o partido se afaste do governo prosseguiu ontem durante almoço entre o ministro Aldo Rebelo e o presidente do PMDB, Michel Temer (SP). "Nenhum partido alcançou 20% dos votos. Não há como governar sem uma coalizão. Esta é uma convicção minha e também do ministro José Dirceu", disse Aldo Rebelo, que defendeu a ampliação do espaço do PMDB no governo Lula e tentava desfazer o mal-estar provocado pela declaração de Dirceu de que o governo não precisava fazer nada para segurar o PMDB no governo.

"As coisas avançaram de tal maneira… O PMDB quer um caminho próprio. Não tratamos de espaço no governo, até mesmo porque o PMDB está pleiteando perder espaço", respondeu Michel Temer, que está convencido de que a convenção vai decidir pelo afastamento.

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Para segurar o PMDB no governo, Aldo também conversou com o secretário de Segurança do Rio, Anthony Garotinho, e hoje almoçará com o governador de Santa Catarina, Luiz Henrique, um dos aliados de Lula no partido.

Na conversa com Temer, Aldo argumentou que não era possível acertar desde já um cenário para as eleições de 2006, pois qualquer compromisso pressupunha a participação do PT. Mas ele garantiu que o presidente Lula vai trabalhar para compor os interesses eleitorais entre os dois partidos nas eleições estaduais de 2006, pois quer garantir fortes palanques nos estados para sua reeleição. O ministro também reconheceu que será mais difícil e complicado governar sem o PMDB. "Não há solução pronta", disse Aldo sobre entendimentos para 2006.

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O presidente do PMDB ouviu, mas não saiu entusiasmado do encontro. Temer disse que o governo tem sido ambígüo em relação à participação do partido. Lembrou que ao mesmo tempo em que Aldo, em nome de Lula, diz que o partido é importante, o ministro José Dirceu diz que se o governo não fizer nada, ainda assim o PMDB o apoiará.