Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu ontem as críticas ao tratamento dado pelo governo aos jovens, especialmente ao relançamento do Projeto Rondon, atacado pela antropóloga e ex-primeira-dama Ruth Cardoso. Ao participar, no Palácio do Planalto, da solenidade de criação da Secretaria da Juventude e de um programa de bolsas para cidadãos de 18 a 24 anos, Lula disse, em discurso escrito, que, num "passado recente", a idade em torno de 20 anos tornou-se "epicentro" da violência no País por causa da falta de emprego e de políticas voltadas à juventude.
Ele avaliou, sem citar nomes de antecessores, que o jovem passou a andar no "fio da navalha". "O total de mortes com armas de fogo nesta faixa cresceu 134% na década de 90", destacou. "A verdade é que, durante muito tempo, o Brasil tratou a sua juventude como uma terra devoluta, uma fronteira abandonada, esquecida, sem proteção e destino."