Abuja (Nigéria) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que vai dedicar 2006, justamente o ano eleitoral, para viagens ao Brasil, mas evitou comentar se vai disputar a reeleição. "Eu não posso. O povo é que decide", respondeu quando um jornalista insistiu em saber se ele precisaria de mais um novo mandato para concluir o seu roteiro de viagens ao exterior. Lula disse que continuará viajando para outros países dentro da estratégia política de ampliar o comércio de produtos brasileiros no mundo.

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O presidente lembrou que, desde a campanha eleitoral, prometeu criar uma secretaria nacional de comércio exterior, pois queria ser um "mascate" no governo. "Tenho feito isso através dos ministérios, participando de feiras e de todos os encontros. Temos convencido nossos empresários a viajarem. E é isso que estamos fazendo", disse. "Vamos continuar fazendo isso porque o Brasil já foi descoberto, mas precisamos agora descobrir os outros. Não podemos ficar esperando que as pessoas apareçam no Brasil para comprar. Temos que viajar para vender. E é isso que estamos fazendo", insistiu.

Lula fez essas declarações durante entrevista coletiva em que respondeu a três perguntas sobre sua viagem á África depois de mais uma reunião de trabalho com o presidente da Nigéria, Olusegun Obasanjo. Ele confirmou as visitas ao Japão e Coréia para maio e, além das viagens para a Escócia e Paris, em julho, disse que pretende ir este ano à Rússia e à Itália, como chefe de estado brasileiro para discutir comércio bilateral e política. A viagem para a Rússia está prevista para outubro. "Depois disso, pretendo me dedicar a viajar mais pelo Brasil", afirmou. "O mundo globalizado já não depende muito da relação dos países ricos com os pobres. As relações comerciais com os Estados Unidos e União Européia, embora sejam extremamente importantes, não têm o peso que tinham dez anos atrás. Hoje a nossa relação é mais plural. Ela se dá fortemente com os países em desenvolvimento como a China e a América do Sul, África e o Oriente Médio.

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