Lula quer ser julgado apenas no fim

Brasília – Em meio à maior crise enfrentada pelo governo, desencadeada pelas denúncias feitas pelo presidente nacional do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, no discurso de lançamento do pacote de desoneração do setor produtivo, que só quer que a gestão seja avaliada no fim do mandato. "Eu tenho dito, todo santo dia: eu quero que o meu governo seja aferido a partir do dia em que ele terminar e aí podem fazer comparação com todos os outros que vieram antes de nós", disse, de improviso. "Vamos ver em todas as áreas, em todas, sem distinção, quem é que fez mais por este país, quem é que consolidou as políticas corretas para este país", afirmou, batendo os dedos, fortemente, no púlpito que estava à frente.

Lula, pelo segundo dia consecutivo, pediu que o Congresso aprove as medidas encaminhadas pela administração federal o quanto antes, sem citar que dizia isso por causa da preocupação com a paralisação dos trabalhos, com a CPI dos Correios. Apesar da convocação de 12 ministros, a cerimônia foi marcada por duas grandes ausências: dos presidentes da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), e do Congresso, senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Além disso, mais da metade das cadeiras do salão nobre estavam vazias. A expectativa, anunciada, anteriormente, pelo Executivo, era de que Severino e Calheiros estivessem presentes, como sinal de que a MP não foi construída apenas pelo Palácio do Planalto e de que a tramitação da medida seria rápida.

Talvez por isso mesmo, Lula voltou a fazer um apelo de pressa ao Congresso. "Porque, se medidas como essa ficarem rolando oito, nove meses, seis meses, foi em vão o trabalho de convencimento sobre o (Jorge) Rachid (secretário da Receita Federal)", disse.

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