O presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalia que o furto de quatro computadores da Petrobras é uma sabotagem. De Punta Arenas, no Chile, Lula comentou neste sábado (16) com auxiliares não acreditar na hipótese de "um simples roubo" de laptops. "Isso é muito estranho", disse ele. Preocupado, o presidente conversou por telefone com o ministro da Justiça, Tarso Genro, e pediu a ele que o informe diariamente sobre o andamento das investigações, agora transferidas para a cúpula da Polícia Federal.
Em conversas reservadas, Lula afirmou que o sumiço de informações estratégicas da Petrobras não pode ser tratado como um caso qualquer, pois há "fortes indícios" de espionagem industrial. Para o governo, o fato de o furto ocorrer no momento da descoberta de reservas petrolíferas importantes pela estatal e às vésperas de novos leilões de blocos de jazidas com elevado potencial não é coincidência. Lula exigiu que o caso seja apurado com rigor.
"Por enquanto é uma questão de polícia. O governo não pode brincar em serviço. Se for um caso de segurança nacional, terá que ser enfrentado", disse neste sábado o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia.
A investigação do sumiço está classificada como prioridade pela direção-geral da PF, que decidiu formar uma força-tarefa em torno do caso. A delegada Carla Dolinski, titular do inquérito, terá sua equipe reforçada nos próximos dias por pelo menos mais um delegado pinçado da Superintendência do Rio de Janeiro. Carla foi orientada a apressar o levantamento das informações iniciais sobre o furto para que a investigação produza resultados o mais rápido possível.