O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou a auxiliares o desejo de começar logo a reforma do Palácio do Planalto. Ele não quer correr o risco de entregar o poder em 2010 com a sede do Executivo cheia de tapumes e andaimes, segundo assessores. A equipe que cuida da mudança provisória do gabinete presidencial para outro local em Brasília corre contra o tempo. A mudança deve começar em 30 dias no máximo, estimam assessores. Só o processo de mudança deve demorar pelo menos dois meses. Apenas em julho ou agosto Lula deixaria o gabinete do Planalto.
Até o momento, o governo reservou dois prédios em Brasília para despachos do presidente e dos cinco ministros do Planalto durante o período da reforma. A segurança de Lula prefere o prédio do Centro Cultural Banco do Brasil, que abrigou o governo de transição, no final de 2002. Já o cerimonial da Presidência considera como melhor opção o Palácio do Buriti, cedido pelo governo do Distrito Federal, pelo "charme" da construção, mais apropriado para solenidades com chefes de Estado. Os seguranças avaliam, porém, que o Buriti está muito próximo do Eixo Monumental.
Por enquanto, Lula não bateu martelo. Auxiliares que estiveram no Buriti dizem que o prédio tem condições de abrigar o gabinete do presidente e dos ministros Franklin Martins (Comunicação Social), Dilma Rousseff (Casa Civil), José Múcio (Relações Institucionais), Luiz Dulci (Secretaria Geral) e Jorge Félix (Gabinete de Segurança), além da estrutura da Secretaria de Imprensa.
Caso o presidente opte por uma área do Centro Cultural Banco do Brasil, será preciso instalar um espaço para os jornalistas credenciados e seguranças. A Presidência também reservou parte do Bloco A, na Esplanada dos Ministérios, para salas de assessores da área de administração do Planalto. A pressa de Lula em começar as mudanças se justifica, segundo assessores, pela complexidade da transferência. Vai ser preciso instalar e reinstalar cabos de fibra ótica, uma complexa estrutura de segurança e incontáveis arquivos, a maioria de caráter sigiloso.