O presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs a criação de um Conselho de Defesa Sul-americano, liderado pelo Brasil, para representar o continente no Conselho de Defesa da ONU. Lula, no entanto, não relacionou a criação do conselho com a atual crise entre Colômbia, Equador e Venezuela. De acordo com Lula, a liderança do Conselho de Defesa Sul-americano seria uma estratégia para que o Brasil pudesse ocupar uma cadeira no conselho da ONU.
A proposta de Lula foi mencionada durante o discurso de inauguração da sede do Centro de Monitoramente por Satélite da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Campinas, no qual o presidente defendeu a socialização do conhecimento adquirido nas unidades de pesquisa do Brasil, principalmente com os "parceiros" da América Latina e África. "O Brasil vai entrar no conselho de segurança para quê? Para fazer o mesmo que os cinco membros fazem?", observou, justificando sua defesa pela participação do Brasil como líderes do conselho Sul-americano defendido por ele.
O presidente lembrou que, em 2003, ao retornar do Fórum Mundial de Davos, conversou com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, sobre a mudança da participação geopolítica do País no mundo. "Por que precisávamos ficar tão dependentes do G-8 e da União Européia, em vez de juntar os desiguais e conversar de forma igual com os outros?", disse.
A partir daí, segundo o presidente, nascia o G-20, grupo que reúne os países em desenvolvimento. "Em três anos, nenhum negócio no mundo é feito sem levar em conta o G-20", afirmou. Lula disse ainda que, no campo da política comercial internacional "não tem amizade, não tem parceria" e pediu aos seus ministros mais responsabilidade e maturidade quando fazem declarações. O presidente participa ainda hoje da inauguração do centro de nanociência e nanotecnologia Cesar Latter e do lançamento do novo telefone celular com TV da Samsung.