Lula propõe bloco com Suriname e Guiana

Brasília – Na viagem que fará, a partir do próximo dia 13, à Venezuela, Suriname e Guiana, o presidente Lula leva na bagagem a incumbência de estimular os governos de Paramaribo e de Georgetown a integrarem o acordo de livre comércio que reúne os países do Mercosul e da Comunidade Andina.

O acordo entrou em vigor no último dia 1.º, quando o Diário Oficial da União (DOU) publicou decreto do presidente Lula ratificando o protocolo de intenções de criação do acordo, assinado pelos chanceleres dos países envolvidos, em outubro último, em Montevidéu. Na ocasião, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, reafirmou a prioridade do governo brasileiro pela integração continental.

Com a consolidação do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) e seus países-partes Chile e Bolívia, a integração econômica, física e sócio-cultural da América do Sul ganhou impulso significativo com a parceria também do Peru, Equador, Colômbia e Venezuela. Se depender do governo brasileiro, essa integração terá, em breve, a participação do Suriname e da Guiana, no bojo de um acordo de livre comércio envolvendo Mercosul, Comunidade Andina e Caribe.

Elaborado pela Associação Latino-Americana de Desenvolvimento e Integração (Aladi), o acordo de livre comércio constitui mecanismo privilegiado para o comércio regional e tem impacto imediato na aproximação entre os povos sul-americanos, na competitividade empresarial e na facilidade de acesso aos consumidores sobre os diferentes produtos de origem regional.

O acordo de livre comércio prevê, em primeiro plano, o aprofundamento da integração econômica, social e institucional, com investimentos comuns em infra-estrutura física, energética e de comunicações.

Caribenhos também podem entrar

Brasília – O bloco de cooperação econômica e política, criado em 1994, atua pelo desenvolvimento cultural, econômico, social, científico e pela melhoria da vida dos povos do Caribe. Suriname e Guiana fazem parte da comunidade, formada por outras nações que nos últimos anos têm intensificado as relações com o Brasil, entre elas o Haiti, onde militares brasileiros coordenam a missão de paz das Nações Unidas (ONU). Em termos de ajuda humanitária, a Guiana também tem recebido apoio do Brasil. Em janeiro, 32 toneladas de alimentos, remédios e água foram enviados ao país para amenizar os efeitos das enchentes.

Os primeiros passos da Caricom começaram a ser dados em 1958, quando a influência britânica na região ainda era forte. Na década de 60, a independência de países como Jamaica e Trinidad e Tobago permitiu que os países caribenhos tivessem autonomia para tratar de assuntos internos e externos. Atualmente, a região caribenha enfrenta a epidemia de aids, a dependência química e o narcotráfico.

Instabilidades políticas e econômicas da comunidade também ocupam a agenda do bloco. A Caricom dedica atenção especial ao turismo, atividade econômica responsável por boa parte dos empregos nos países caribenhos.

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