Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva procura substitutos para o lugar dos ministros do PT Olívio Dutra (Cidades) e Humberto Costa (Saúde), que já manifestaram o desejo de se candidatar a governador no ano que vem. Mas, por ser amigo dos dois – e por já ter dito várias vezes que tem a maior dificuldade em demitir os mais próximos – não deverá ser Lula que os comunicará de que devem sair. Esse papel ficará a cargo do presidente do PT, José Genoino, ou de algum outro dirigente petista, disse um assessor de Lula. A direção do PT começará a fazer as sondagens a respeito dos planos futuros dos ministros assim que for decidida a eleição do presidente da Câmara, hoje disputada por dois petistas. Luiz Eduardo Greenhalgh (SP) é o candidato oficial do partido e do Palácio do Planalto; Virgílio Guimarães (MG) toca a dissidência, com apoio de parlamentares do chamado "baixo clero" aqueles que dificilmente exercem cargo de direção e que são maioria na Casa. "Trabalho para eleger o companheiro Greenhalgh. Depois, vamos ver a questão dos ministros", disse ontem José Genoino. Antes de procurar os ministros para conversar sobre o futuro, Genoino quer reunir a Executiva do partido, para que a decisão de que os candidatos a cargos majoritários (governador e senador) sejam afastados se torne oficial. É um cuidado que ultrapassa a vontade já manifestada pelo presidente Lula, de que os petistas candidatos a governador ou senador deixem agora o governo. Mas a preocupação se justifica. Com a decisão da cúpula partidária, dificilmente o candidato poderá dizer não. "O PT já disse que não é obstáculo para fazer a reforma ministerial. Até porque o governo é do PT, Lula é do PT e os principais ministros também. Temos de montar uma base de apoio que garanta a agenda de 2005, para termos continuidade na nossa política externa, na geração de empregos, no crescimento econômico, na reforma política e para completar as reformas que estão pendentes no Congresso", afirmou Genoino.
