Lula prega harmonia entre civis e militares

Brasília – Embora não tenha mencionado a crise que levou à demissão de José Viegas do Ministério da Defesa, em seu discurso na cerimônia de posse de José Alencar no cargo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que gostaria que no fim de seu governo “não houvesse mais dicotomia entre servidor civil e militar”. Lula disse que gostaria de terminar seu governo vendo a sociedade civil e os militares mais “irmanados do que em qualquer outro momento de nossa História”.

“Gostaria que as pessoas não fossem obrigadas a pagar o resto da vida por coisas de que nem participaram. Que a gente pudesse terminar esse governo mais irmanados do que em qualquer momento de nossa história entre sociedade civil e militares. Temos uma sociedade preparada do ponto de vista democrático, muito calejada, e de outro lado, temos as Forças Armadas, que têm cumprido com a sua obrigação e têm tido uma atitude de solidariedade com o governo tem realizado”, disse.

Ao discursar, o vice-presidente José Alencar disse sentir-se honrado por assumir o cargo e afirmou que o presidente da República estará representado por ele no ministério. Ele não citou abertamente o golpe militar de 1964, mas disse que as Forças Armadas são o esteio da soberania nacional, embora possa ter havido “eventual equívoco de percurso”. Alencar minimizou os atritos entre o ex-ministro José Viegas e o comandante do Exército, Francisco Albuquerque. Ele evitou dizer se vai fazer mudanças nos comandos militares.

“Minha visão é daqui para frente, eu não tenho nada com o passado. Estou empenhado num trabalho que possa fortalecer o Ministério da Defesa e as três Forças”, afirmou. Lula disse que Viegas, a quem chamou de “meu querido amigo”, deixa o ministério, mas certamente não deixa o governo porque esteve a seu lado desde antes de ele conquistar a Presidência. Nos próximos dias, Lula vai analisar com Alencar a situação do general Francisco Albuquerque, comandante do Exército. Ele deve deixar o cargo, mas Lula quer que seja uma saída negociada para evitar nova crise.

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