São Paulo – Foi o dia de medir o tamanho da crise no partido do governo. Nem mesmo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, porém, compareceu ao PT para escolher ontem a nova cúpula petista. Na eleição marcada para renovar as direções do PT em todo o País, com 825.461 filiados aptos a votar e sem militantes nas ruas, a ausência de Lula – fundador do partido – foi o símbolo do clima de desalento. Com disputa de resultado imprevisível, o Campo Majoritário, grupo do presidente, enfrentou seu grande teste nas urnas depois de 10 anos de hegemonia e da tragédia que há mais de cem dias vem destronando dirigentes do PT e do governo.
Mesmo apreensivo com os rumos do PT, Lula desistiu de votar na última hora, em São Bernardo do Campo, para mostrar que não pretende se envolver com o embate interno. Na prática, quer indicar o distanciamento das decisões petistas. No Palácio do Planalto, ele chegou a dizer, em conversas reservadas, que o partido deveria ter adiado a eleição por causa da crise política.
Os candidatos estão certos que a disputa vai para o segundo turno, marcado para o próximo dia 9. Eles pregaram a união contra o Campo Majoritário, que foi duramente criticado. Valter Pomar, da Articulação de Esquerda, defendeu a renovação no partido. Segundo Pomar, qualquer que seja o candidato que dispute o segundo turno com Ricardo Berzoini, do Campo Majoritário, terá o seu apoio.
