Antônio Cruz / ABr |
Da reunião com l,ula participaram |
Brasília – A três dias da abertura do processo de cassação contra seis deputados do PT no Conselho de Ética, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou e pediu solidariedade aos ?companheiros? ontem, durante reunião de quase quatro horas no Palácio do Planalto, com 66 dos 83 integrantes da bancada petista na Câmara. ?Vocês não são corruptos, cometeram erros, mas não de corrupção?, disse Lula, segundo participantes do encontro. ?É preciso ter mais solidariedade, pois todos são construtores do PT e não pessoas que podem nos contagiar com alguma doença.?
Em discurso de cerca de 40 minutos, Lula disse ter sofrido acusações injustas no passado. Ele contou que fica indignado com ataques dos adversários que sempre cometeram ?barbaridades?. Só não entrou na briga por recomendação de amigos. ?Muitas acusações vêm de pessoas que não têm história de ética na vida?, disse. ?Temos de ter unidade para enfrentar os adversários, pois as disputas internas no PT fragilizam toda a base aliada.?
O presidente explicou que a ?solidariedade? não significa uma forma de colocar ?panos quentes? nos casos de denúncias. Ele avaliou que os petistas citados no escândalo erraram ao não contar toda a verdade de uma vez, o que prolongou a crise. ?Uma vez abordada, a pessoa tem de dizer tudo por inteiro e não em prestações?, disse. ?Ninguém aqui nesta sala foi mais acusado e bombardeado quanto eu.?
Emoção
Antes de Lula, o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, defendeu, emocionado, os sete deputados acusados, chamando-os de ?amigos?. ?Conheço bem quem são e sei que estão envolvidos pelo projeto de partido?, enfatizou. ?Eles estão pagando preço muito alto pelas práticas de irregularidades do PT.?
Lula e Palocci usaram a palavra ?solidariedade? após discurso do deputado Maurício Rands (PE), que fez defesa prévia dos colegas. Deputados do bloco de oposição do partido evitaram críticas.
Sentaram ao lado de Lula a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e Antônio Palocci. Único não petista no encontro, o presidente do Banco Central Henrique Meirelles, também estava à mesa.