| Roosewelt Pinheiro / GPP |
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| Lula e seus ministros: tentando virar |
Brasília – A melhoria da gestão da Previdência Social, a transposição das águas do Rio São Francisco, a conclusão da Ferrovia Transnordestina e o projeto Biodiesel foram as prioridades do governo citadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na reunião ministerial na manhã de ontem no Palácio do Planalto. Lula falou aos ministros por 30 minutos.
Segundo o porta-voz da Presidência da República, André Singer, Lula pediu à Casa Civil a organização de reuniões ministeriais para aprofundar temas como a Reforma Universitária e a transposição das águas do Rio São Francisco. O presidente quer também que os ministros acelerem ao máximo os seus trabalhos e que se empenhem no diálogo com os parlamentares, ?com vistas a aproximá-los das ações do governo?.
Lula citou como exemplo de medidas tomadas com agilidade pelo governo o combate à seca na região Sul e a intervenção nos hospitais da cidade do Rio de Janeiro. De acordo com Singer, o presidente destacou que este é um ?ano decisivo. ?O ano da colheita do que foi plantado pelo governo em 2003 e 2004?, disse.
O porta-voz afirmou ainda que Lula reiterou que a reforma ministerial é um assunto encerrado. Além dos novos ministros da Previdência Social, Romero Jucá (PMDB/RR), e do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo (PT-PR), Lula apresentou o novo líder do governo na Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP). Não participaram da reunião os ministros da Educação, Tarso Genro, da Defesa e vice-presidente, José Alencar, e das Relações Exteriores, Celso Amorim.
Elogiado
Uma das ironias da reunião, foram os elogios de Lula ao ministro Humberto Costa, que era justamente um dos mais cotados a deixar a equipe ministerial na reforma que seria anunciada pelo presidente. Mas foi salvo pelas declarações desastrosas do presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, que fizeram Lula suspender as negociações em torno da reforma.
No que se refere à Previdência, o presidente não detalhou as medidas que serão adotadas para melhorar a eficiência do setor, mas a expectativa é de que essas ações sejam anunciadas nesta quinta-feira. No mesmo tom de entendimento com o Congresso pedido pelo presidente Lula, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pediu uma mudança no modelo de articulação política do governo, com objetivo de envolver todos os ministros políticos, inclusive os do PT, nesse trabalho. ?Se não houver isso, vai dificultar o trabalho do ministro Aldo (Rebelo, da Coordenação Política)?, afirmou Renan. ?É preciso dividir responsabilidades, e todos precisam ser engajados nesse esforço. A base é complexa e heterogênea.?
O presidente do Senado manifestou essa posição depois da reunião ministerial em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu aos ministros que se empenhem no diálogo com os parlamentares. ?O ministro Aldo é o melhor quadro do governo, sem desmerecer os demais?, disse
Discussão parou o País
Brasília – O presidente do PTB, Roberto Jefferson, disse que a reforma ministerial foi do tamanho certo e que seu partido saiu ileso das negociações, já que manteve o Ministério do Turismo, ocupado por Walfrido Mares Guia. ?Sempre achamos que seria pequena. O presidente afirmou sua autoridade. Ele não poderia ser questionado, não poderia receber ultimato. Ele colocou um ponto final na reforma?, disse Jefferson.
O PTB se reuniu ontem com o presidente a convite do próprio Lula. Além de Roberto Jefferson, participaram do encontro o ministro Walfrido Mares Guia e o líder do partido na Câmara, José Múcio Monteiro (PE). Ainda segundo Roberto Jefferson, a discussão em torno da reforma ministerial, que se arrastava desde outubro do ano passado, paralisou o governo.
?Chega de reforma! (Numa discussão como essa) o governo sangra, o País paralisa. Vamos governar o País?, disse o presidente do PTB, afirmando que o clima de incerteza prejudicava o trabalho dos ministros.
