Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu ontem com as principais lideranças do PMDB com o objetivo de oficializar o convite para o partido integrar a base aliada do governo até o fim do mandato, incluindo participação nos ministérios. O convite foi feito durante almoço com a cúpula do partido, no Palácio do Planalto. A informação é do presidente nacional do PMDB, Michel Temer.
Ao sair da reunião, Temer disse que o presidente Lula fez uma declaração formal dizendo que quer que os peemedebistas façam parte do primeiro escalão do governo. Temer ainda disse que Lula quer a participação do partido nas políticas públicas do governo. Segundo Temer, que participou de almoço da cúpula do partido com o presidente no Palácio do Planalto, Lula deverá reformular o ministério até o final do ano, quando então o PMDB deverá integrar nova equipe.
Ainda conforme Temer, ficou claro na manifestação do presidente que a reforma ministerial levará em conta o tamanho das bancadas do Congresso. “Somos a maior bancada no Senado e a segunda maior na Câmara”, lembrou Temer. “O presidente Lula não sinalizou nem a quantidade e nem os Ministérios que o PMDB pode e deve ocupar no governo. O presidente Lula sinalizou e reafirmou o seu compromisso no sentido da participação do PMDB em nível ministerial, como os demais partidos da base aliada participam do governo”, garantiu, no entanto, o líder do governo na Câmara, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP).
O líder foi o primeiro a deixar o almoço. Ele desconversou ao ser questionado sobre o número de ministérios que poderá ser oferecido ao PMDB. “A importância do PMDB para o governo não se traduz no número de ministérios que o partido possa ocupar ou que o governo venha a oferecer”, ressaltou. Aldo Rebelo garantiu que em nenhum momento o PMDB pediu cargos no governo, ou mesmo pressa por uma definição. “O PMDB não cobrou nenhuma ação do governo nesse sentido”, afirmou Rebelo.
O líder do governo reafirmou a disposição do PMDB em aprovar a reforma tributária e votar os projetos de interesse do governo. “Fica decidido de fato a lealdade dos dirigentes do PMDB e de sua base parlamentar na votação das matérias relevantes para o governo e o país. O PMDB não se comprometeu porque já havia se comprometido desde que passou a integrar a base do governo”, disse o líder.
Participaram do encontro o ministro José Dirceu, chefe da Casa Civil, o líder do PT no Senado, Aloízio Mercadante (SP), e o líder do governo na Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Almir Lando (PMDB-RO), além dos deputados Michel Temer (PMDB-SP) e Eunício Oliveira (PMDB-CE).