Brasília (AE) – Fracassou a primeira tentativa pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para acalmar o PMDB e acabar com a ameaça do partido de deixar o governo. Depois de participar de uma solenidade comemorativa dos 115 anos da Proclamação da República em Maceió, Lula convidou o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), para o acompanhar na viagem de volta a Brasília. O presidente foi simpático e demonstrou ser um entusiasta da aliança PT-PMDB. Mas ficou na conversa genérica, sem nenhuma proposta concreta de parceria estratégica nas eleições de 2006, ou qualquer aceno neste sentido.
Ao longo das duas horas e 30 minutos de vôo, Calheiros não teve a deferência de um minuto a sós com Lula. Quando ele o chamou aos aposentos reservados no avião presidencial, estendeu o convite aos chefes da Casa Civil, José Dirceu, e da Secretaria de Coordenação Política e Assuntos Institucionais da Presidência da República, Aldo Rebelo. Como Dirceu é favorável à tese da reeleição do atual comando do Congresso e o líder do PMDB no Senado é candidato a presidente da Casa, a proposta de emenda constitucional (PEC) que trata do assunto ficou fora da conversa.
Depois de ouvirem um relato resumido de Calheiros, dirigentes da sigla concluíram que a administração federal ainda não fez sequer um gesto consistente para evitar que a agremiação deixe a gestão federal na convenção nacional do dia 12. (CS).