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 Foto: Roosewelt Pinheiro/Agência Brasil

Lula: solidariedade, mas sem comprometimento.

Brasília – Em uma rápida conversa por telefone com o presidente do Senado e do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou solidariedade ao aliado, que tem exercido papel muito importante na defesa do governo e na aprovação de propostas de interesse do Palácio do Planalto. O presidente, no entanto, não se comprometeu a trabalhar pela defesa de Renan.

Reportagem da revista Veja, que chegou às bancas na última sexta-feira, afirma que até o início do ano o assessor da Diretoria de Desenvolvimento da Área de Tecnologia da empreiteira Mendes Júnior, Cláudio Gontijo, pagou pensão de R$ 12 mil mensais à jornalista Mônica Veloso, com a qual Renan tem uma filha de três anos. Além disso, Gontijo pagaria R$ 4,5 mil mensais pelo aluguel de um apartamento em Brasília, onde até recentemente Mônica morava. Renan, no entanto, divulgou nota segundo a qual ninguém lhe paga as despesas, nem pessoais nem de seus familiares. Como a resposta do presidente do Senado não foi muito clara, ele poderá ser chamado a depor no Conselho de Ética, que tem reunião marcada pelo corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), para a próxima quarta-feira.

De acordo com informação de assessores, Lula foi solidário com Renan Calheiros, mas deixou claro que a Polícia Federal tem autonomia e que o presidente do Senado terá de se explicar. ?Renan, sou solidário a você?, disse o presidente na conversa. ?Estou muito solidário e tenho certeza que você vai explicar as acusações.?

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A pessoas próximas, na noite de sexta-feira, Lula reafirmou que o governo condena julgamentos precipitados. Acha que Renan está sendo vítima disso. Mas, como se procurasse marcar uma posição, insistiu que a ajuda se limita à solidariedade. ?Não mais do que isso?, comentou. Para Lula, Renan deve ser tratado como todos os demais investigados, ?sem exageros?.

Por causa da informação de que tinha as despesas pessoais pagas por uma empreiteira, Renan Calheiros corre risco de ser processado não só pelo Conselho de Ética do Senado. Pode também ser convocado a depor na CPI da Navalha – assim que esta for criada para investigar corrupção de políticos e servidores públicos por parte da empreiteira Gautama – e ainda pode responder a processo no PMDB.

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O senador Pedro Simon (PMDB-RS) acha que Renan deve explicações ao partido e quer levá-lo ao Conselho Político. O líder do partido no Senado, Valdir Raupp (RO), porém, entende que primeiro é preciso ouvir Renan. Somente depois é que o partido verá o que fazer.

Na nota que divulgou na sexta-feira, Renan negou ter recebido qualquer ?recurso ilícito ou clandestino? de empresa ou de empresário. Afirmou ainda que não teve nenhuma despesa pessoal ou de familiares custeada por terceiros. Também em nota, a Mendes Júnior informou que ?não existe, nem nunca existiu, qualquer participação? da empreiteira nos pagamentos.