Rio de Janeiro (AE)- Em clima de campanha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou programas de alfabetização de seus antecessores e disse esperar poder alfabetizar todos os brasileiros analfabetos com o programa Por um Brasil Alfabetizado. Em cerimônia de formatura de 40 mil alunos no Rio na noite de sexta-feira, Lula disse que outros governos ensinavam as pessoas apenas a "desenhar seus nomes", em cursos que duravam, no máximo, três meses. Cerca de 900 ônibus vindos do interior do Estado do Rio trouxeram os alunos, que, com bandeiras do Brasil e camisas verdes ou amarelas, participaram de uma festa com vôos rasantes de caças da Aeronáutica.

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"Já houve outros programas que tentavam alfabetizar em oito semanas, ou dois ou três meses. Nós não queremos que as pessoas aprendam a desenhar seu nome. Queremos que leiam um livro", afirmou o presidente.

O Ministério da Educação e a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) assinaram ontem um convênio para estender os benefícios do programa a quem quiser cursar da 5.ª à 8.ª séries do ensino fundamental. No primeiro ano, serão beneficiados 2 mil alunos, que já completaram a 4.ª série pelo programa. Todos os cursos são profissionalizantes. O ministério vai gastar, este ano, R$ 220 milhões com a alfabetização de 2,2 milhões de pessoas em todo o País.

"Espero estar vivo para voltar aqui e não ver ninguém vestido de amarelo (cor dos estudantes da alfabetização), porque aí vão poder dizer que o Brasil teve coragem de ensinar essa gente a ler", afirmou o presidente, que cometeu um ato falho ao dizer que esperava comparecer à formatura dos alunos que iniciarão os estudos no ano que vem, cuja cerimônia só ocorrerá em 2007, após as eleições presidenciais.

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