O assessor econômico do PT, Guido Mantega, afirmou hoje, em palestra para aproximadamente 200 investidores espanhóis, que a agenda das reformas a serem realizadas pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva já foi definida e começa pela da Previdência Social, no início de 2003. A segunda reforma a ser realizada também no início do próximo ano será a tributária e depois virão as reformas política, trabalhista e agrária.

“A primeira será a da Previdência, tanto a pública como privada, que tem um déficit de 4% do PIB e é fundamental no ajuste das contas públicas”, justificou Mantega. Ele explicou que a proposta é fazer um sistema único, no qual o Estado se compromete com uma parte dos pagamentos e quem quiser contribuir mais poderá usar um instituto de previdência complementar privado ou público.

Em seguida, disse que o sistema tributário atual é arcaico e composto por impostos em cascata que penalizam tanto a produção quanto a exportação. De acordo com o assessor econômico do PT, o futuro governo transformará os tributos em cascata em impostos de valor agregado e acredita que essa mudança, que já vem sendo discutida há muito tempo na Câmara, conta com um consensos entre os partidos políticos sobre a sua necessidade.

Investimentos

Depois de apresentar o calendário das reformas pretendidas pelo futuro governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, Mantega pediu aos empresários e banqueiros espanhóis que continuem investindo no Brasil. “A nossa taxa de poupança é insuficiente para atingir o crescimento econômico que desejamos, superior a 4% por ano”, justificou, no seminário promovido pela Latibex . “Os investimentos externos diretos são bem-vindos e necessários.”

O economista ressaltou que o futuro governo “não adotará nenhuma medida restritiva aos investidores estrangeiros e nenhuma limitação da remessa de lucros e na entrada e saída de capitais do País”. Ele disse, ainda, que uma das metas do próximo governo será a “a inclusão no mercado de consumo brasileiro de cerca de 40 ou 50 milhões de pessoas que atualmente não têm renda suficiente”. No final da palestra, Mantega foi aplaudido pelos investidores espanhóis.

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