Brasília – Em meio à principal crise de seu governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou na terça-feira o vice-procurador-geral da República, Antonio Fernando de Barros e Silva Souza para a chefia do Ministério Público Federal. O novo procurador-geral da República terá entre as suas atribuições propor eventualmente no Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquéritos contra autoridades suspeitas de irregularidades. Principal cotado para o cargo nos últimos meses, Souza sucederá Cláudio Fonteles que, em seus dois anos de mandato, demonstrou independência ao pedir, por exemplo, a abertura de investigações contra o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, e o ministro da Previdência Social, Romero Jucá. O novo procurador herdará a condução dessas apurações.
Natural de Fortaleza e com 56 anos, Souza formou-se em direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e está no Ministério Público Federal há 30 anos. Ele exerceu vários cargos de direção na carreira, como membro do Conselho Superior do Ministério Público Federal em vários mandatos, coordenador das Câmaras de Coordenação e Revisão de matéria eleitoral, de meio ambiente e patrimônio cultural e de matéria constitucional e infraconstitucional, vice-procurador-geral eleitoral e vice-procurador-geral da República.
A indicação de Souza consta de mensagem encaminhada por Lula ao Senado Federal. O próximo passo será a sabatina do vice-procurador pelos integrantes da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. O processo de escolha deverá ser concluído até 30 de junho, quando termina o mandato de Fonteles.
Uma consulta promovida recentemente pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) demonstrou que Souza era o preferido também de seus colegas para ocupar a chefia do Ministério Público. A lista com o seu nome e dos segundo e terceiro colocados, Wagner Gonçalves e Ela Wiecko, foi encaminhada ao governo pela entidade.