Kingston (Jamaica) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou nesta quinta-feira (9) uma usina de etanol na Jamaica com tecnologia de empresas brasileiras e disse que o país caribenho tem condição de se tornar um destacado produtor de biocombustível.

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"A Jamaica reúne todas as vantagens competitivas para ser um gigante dos biocombustíveis: clima e solo propícios para a produção de cana-de-açúcar, onde tem larga experiência, e uma mão-de-obra qualificada e apta para o desafio de investir na revolução da biomassa energética", afirmou Lula durante discurso na inauguração.

O presidente elogiou a iniciativa do governo jamaicano de estabelecer um percentual mínimo de álcool misturado à gasolina. "Foi um dos primeiros [países] em todo o continente a estabelecer uma porcentagem obrigatória de 10% de etanol na composição de combustível automotor. Isso mostra uma feliz combinação de visão de longo prazo e coragem para inovar".

Lula afirmou ainda que, desde 2004, nove ministros jamaicanos já estiveram em Brasília. "A concessão de uma linha de credito do BNDES no valor de US$ 100 milhões é um dos meios com que manifestamos, em termos práticos, o compromisso em aprofundar nossa cooperação".

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A nova usina, da Jamaica Broilers Group, tem capacidade de produzir 60 milhões de galões de etanol por ano, o equivalente a 270 milhões de litros. Processa o álcool hidratado que recebe do Brasil, transformando-o em álcool anidro, que é aquele misturado à gasolina. Depois disso, o produto é exportado para os Estados Unidos com isenção tarifária. A fábrica, projetada por empresas  norte-americanas, recebeu financiamento europeu e teve um custo de US$ 20 milhões. É a segunda usina de etanol com tecnologia brasileira na Jamaica e a terceira do país.

"O Brasil exporta o álcool hidratado. Ao final dessas operações, você consegue ter acesso ao mercado americano sem tarifa", destacou o presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Jank. O limite de entrada nos Estados Unidos de álcool anidro com isenção tarifária do Caribe é de 7% do consumo norte-americano.

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Em um seminário com empresários brasileiros e jamaicanos, o presidente falou das dificuldades históricas de produzir etanol no Brasil e disse que muitas vezes o setor foi marginalizado.

"Os empresários que estão aqui sabem que muitas vezes foram tratados como marginais. Muitas vezes os governantes tinham vergonha de discutir com os empresários de álcool", disse. Segundo ele, nos últimos quatro anos e meio, o governo estabeleceu uma relação com o empresariado brasileiro e discutiu a profissionalização do setor para tornar o álcool competitivo. E concluiu que, agora, "os empresários estão crescendo muito e virando personalidades internacionais".