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Presidente Lula: "o papa lutou para melhorar a vida das pessoas".

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em seu programa de rádio ?Café com o Presidente?, ontem, que o papa João Paulo II será lembrado pela humanidade como um homem que dedicou grande parte de sua vida para enfrentar as injustiças do mundo e que lutou para melhorar a vida das pessoas. ?Foi assim na sua juventude, foi assim quando se tornou padre, quando se tornou bispo. Foi a luta contra o nazismo, foi a conquista da liberdade democrática na Polônia. Eu penso que é essa imagem que ele vai deixar, a imagem da esperança, a imagem de um homem que lutou cada minuto da sua vida para que as coisas pudessem acontecer de forma a melhorar a vida das pessoas?, afirmou.

Lula recordou o encontro que teve com o pontífice em São Paulo nos anos 80s, quando estava cassado do sindicato. ?Não era comum uma autoridade como o papa receber alguém que estivesse sendo perseguido pelo regime militar?, contou. De acordo com o presidente, o líder da Igreja Católica tinha um apreço muito grande pelo Brasil e sempre desejava receber notícias sobre o País.

?Muitos bispos brasileiros que iam a Roma conversar com ele voltavam nos dizendo, sabe, que ele perguntava muito do Brasil, que ele queria saber das coisas. No ano passado, quando fui à ONU, na reunião com chefes de Estado, discutir a questão da fome, ele mandou a segunda pessoa mais importante da Igreja participar do evento?, disse.

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De acordo com Lula, a imagem que o papa construiu é altamente positiva para a sociedade. ?Ou seja, eu acho que vai continuar a alimentar milhões e milhões e milhões de seres humanos que vêem no papa um exemplo de dedicação, perseverança e de vontade de fazer as coisas melhores?, destacou.

Viagem na quinta-feira

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O presidente Lula viajará para o Vaticano quinta-feira de manhã para acompanhar o enterro do papa João Paulo II. O enterro está previsto para ser realizado na sexta-feira, às 10 horas (5 horas da manhã, horário de Brasília).

Da Itália, o presidente seguirá para a África em viagem oficial de quatro dias. Lula chega em Camarões no domingo e visita também a Nigéria, Gana, Guiné-Bissau e Senegal.

Os presidentes do Senado, Renan Calheiros, da Câmara, Severino Cavalcanti, e do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim, confirmaram ao Palácio do Planalto que acompanharão o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na viagem a Roma, para o funeral do papa João Paulo II. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e a primeira-dama, Marisa Letícia, também estarão na comitiva presidencial. O Diário Oficial da União publicou ontem decreto declarando luto oficial pela morte do papa João Paulo II. O luto é por sete dias.

Cardeais brasileiros viajam a Roma

São Paulo – Dos quatro cardeais brasileiros com direito a voto no colégio que elegerá o sucessor de João Paulo II, apenas um já está em Roma e os demais se preparam para viajar. Dom José Freire Falcão, arcebispo emérito de Brasília, estava em Jerusalém quando o papa morreu e viajou imediatamente para o Vaticano. Dom Eusébio Oscar Scheid, arcebispo do Rio de Janeiro, viaja na quinta-feira às 17h05.

Dom Geraldo Majella, arcebispo de Salvador e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), celebrou ontem, ao meio-dia, uma missa na Catedral Basílica de Salvador, pela alma do sumo pontífice e à tarde embarcou para Roma.

O cardeal arcebispo de São Paulo, dom Cláudio Hummes, um dos favoritos para suceder o papa João Paulo II, embarca para Roma hoje, às 15h, em vôo da Alitalia, com o objetivo de participar das exéquias do papa e das articulações que levarão à escolha, pelos 117 cardeais de todo o mundo que participarão do conclave, do novo pontífice.

Dom Cláudio não aceitou o convite do presidente Luiz Inácio Lula Silva para acompanhar a comitiva presidencial, que segue para Roma na quinta-feira pela manhã. Enquanto Lula vai apenas para o enterro do papa, dom Cláudio deve participar das cerimônias fúnebres, ao lado de todos os cardeais da Igreja.

Sessenta e cinco mil romeiros de todo o País foram à Basílica de Aparecida, na cidade de Aparecida, participar das orações e missas em homenagem ao papa João Paulo II no domingo. Sete missas foram realizadas ao longo do dia. O arcebispo de Aparecida, dom Raymundo Damasceno Assis, celebrou a primeira missa depois da morte do papa. Após a missa foi realizada uma procissão à luz de velas em torno da igreja, consagrada pelo papa há quase 25 anos.