Brasília – O senador Pedro Simon (PMDB-RS), que votou a favor do mínimo de R$ 275, criticou duramente os métodos usados pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tentar cooptar aliados. “O ex-presidente Fernando Henrique comprou a emenda da reeleição. Nós sabemos disso, mas nunca foi tão escandaloso quanto a operação deflagrada semana passada pelo PT. Eu faço um apelo ao governo para que reflita sobre isso. O PT venceu as eleições com dois blocos de sustentação: o da ética e o da defesa das políticas sociais”, afirmou Simon.
Há quem defenda ainda uma participação maior do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas articulações do governo com o Congresso Nacional, a exemplo do que fazia seu antecessor, o tucano Fernando Henrique Cardoso. A falta de apetite de Lula para conversas com parlamentares é apontada como um fator a mais de dificuldade para o governo, especialmente no trato com os senadores. Ainda mais o Senado sendo hoje uma Casa que abriga um ex-presidente da República e vários ex-governadores. Outra preocupação do governo é evitar o acirramento da disputa entre Senado e Câmara.
O presidente do PT, José Genoino, sugere que o governo invista em alianças no Senado. Mas para que essa estratégia dê certo, o governo não poderá se descuidar dos aliados fiéis e manter diálogo respeitoso com a oposição. “A derrota do governo na votação do mínimo não pode ser atribuída à interlocução do ministro Aldo, mas à intransigência do governo”, disse o líder do PFL, senador Agripino Maia.
