Lula fará comício para liberar recursos no Rio

Um ato público com pelo menos 10 mil pessoas, liberação de R$ 100 milhões e gosto de lançamento de candidatura à reeleição marcará a passagem, no dia 20, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Rio de Janeiro, com destaque para a Baixada Fluminense, uma das regiões mais pobres do Estado.

A manifestação é preparada pelos prefeitos de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT), e Queimados, Rogério do Salão (PL), e dará tom político à assinatura de convênios para construção de um hospital e investimentos de reforma e ampliação de 17 unidades da região, que virarão mini-hospitais, mas divide as prefeituras das cidades da área.

O prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis (PMDB), aliado do pré-candidato a presidente pelo PMDB, Anthony Garotinho, disse que não vai. Outros seis prefeitos podem fazer o mesmo. "Não é campanha ainda, mas vai ser um grande ato", disse Lindberg Farias, companheiro de partido do presidente Lula, negando que a manifestação possa se transformar em ato de lançamento informal da campanha do presidente à reeleição.

A avaliação oficial de que 10 mil pessoas comparecerão ao ato é de Lindberg, mas, junto ao prefeito, há quem fale que o objetivo real é maior: 20 mil. Já Reis ironizou a visita de Lula e avisou que, mesmo que seja convidado, não vai. "A turismo, bater palmas para ele, não vou. O que vou fazer lá, me conformar com a ausência de investimentos para o meu município?"

A solenidade vai acontecer junto ao esqueleto das obras -paradas há 13 anos – do Hospital de Queimados. Em sua passagem pelo Rio, o presidente vai assinar convênios para liberar R$ 40 milhões para retomada da construção; mais R$ 16 milhões para reforma e ampliação dos 17 postos em 11 municípios; e verbas para outras 14 unidades, na região de Niterói e São Gonçalo. "Vamos mudar a saúde da Baixada", diz Lindberg.

Com ele, além do anfitrião Rogério do Salão, estão os prefeitos petistas André Ceciliano (Paracambi) e Artur Messias (Mesquita), o pepista Farid Abrão (Nilópolis) e o pefelista Charlinho (Itaguaí). No outro lado, estão Reis e outros peemedebistas: Uzias Mocotó (São João de Meriti), Maria Lúcia (Belford Roxo), Nelson do Posto (Guapimirim) e Núbia Cozzolino (Magé), o tucano Pastor Bruno (Japeri) e Gedeon Antunes (PSC). "Temos uma boa relação com Rogério, Charlinho e Farid", diz Lindberg. "O resto é pró-Garotinho." O objetivo, porém, é que todos os prefeitos estejam presentes.

Os sete prefeitos ligados a Garotinho, que em 2004 sofreu uma dura derrota política na região, com a eleição dos três prefeitos petistas, porém, poderão ficar longe do palanque da solenidade. "Não fui convidado", disse Reis explicando a ausência. "Gostaria muito de receber o presidente em Duque de Caxias, o município mais importante da Baixada. Ele é meu presidente, independentemente do partido." Reis reclamou das verbas de R$ 1,6 milhão que Lula vai liberar para transformar dois postos de saúde da cidade, o de Xerém e o do Parque Equitativa, em unidades pré-hospitalares. "Veja a proporção: de R$ 100 milhões, Duque de Caxias, com 30% da população da Baixada, recebe R$ 1 milhão", atacou. "Lamento que, a nove meses da eleição, Duque de Caxias ganhe esse farelo do bolo." Ele disse, porém, não poder falar sobre outros prefeitos.

Os postos da Baixada que virarão mini-hospitais ficam em Belford Roxo (um), Japeri (dois), Magé (um), Duque de Caxias (dois), Itaguaí (um), São João de Meriti (dois), Seropédica (um), Nova Iguaçu (dois), Paracambi (um), Mesquita (dois) e Nilópolis (dois).

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