Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que está disposto a correr o risco de ser mal compreendido pelo povo brasileiro para colocar em prática as suas principais propostas de governo. Em pronunciamento para comemorar os 500 dias à frente da Presidência da República em cadeia nacional de rádio e TV, Lula disse ter coragem para promover mudanças no País.
O presidente lembrou do recente reajuste de R$ 20 no salário mínimo, e admitiu que gostaria de ter concedido um aumento maior que os R$ 260 definidos pelo governo. “Deus sabe como foi difícil não dar já agora um aumento maior para o salário mínimo. Mas eu não podia fazer isso nesse momento”, desabafou. Lula voltou a fazer uma defesa do ajuste fiscal e reconheceu que o governo vem implantando medidas duras para a população. Para “colocar o Brasil nos trilhos”, segundo o presidente, era necessário acertar a economia do País. Lembrou que quando assumiu a Presidência, em 2003, herdou uma inflação de 3% ao mês, e juros de 25% ao ano. “Por isso, a nossa prioridade era reduzir a inflação para estancar a queda do salário real e garantir o ajuste das contas públicas, viabilizando a queda dos juros e a retomada do desenvolvimento”, afirmou.
Lula encerrou o pronunciamento desejando que todas as medidas implantadas pelo governo resultem em mais empregos e melhores salários. “Essa é uma luta dura, longa e difícil. Mas Deus é grande e justo. E o Brasil está saindo vencedor”.