Uma caminhada pela região central da capital mineira encerrou hoje (25) oficialmente a campanha do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, no Estado. O evento, que no final da tarde reuniu cerca de três mil militantes, esteve ameaçado de não acontecer. O juiz da Coordenação de Propaganda Eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), José Flávio de Almeida, emitiu durante o dia uma notificação de alerta, alegando que o artigo 3.º da Resolução 20988/2002 proíbe reuniões políticas desde 48 horas antes das eleições.
Diante disso, o governador Itamar Franco (sem partido) e o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), desistiram de participar da caminhada. O governador mineiro reclamou mais tarde, dizendo que a lei eleitoral brasileira é “bastante confusa”. O PT chegou a impetrar um mandato de segurança, que foi indeferido pelo TRE.
Os organizadores da caminhada pediram aos militantes se dispersassem. Contudo, aproximadamente três mil pessoas – de acordo com estimativa da Polícia Militar – percorreram durante 40 minutos um trecho da avenida Afonso Pena, a principal da cidade, e se concentraram depois na Praça da Rodoviária.
Participaram da caminhada o candidato derrotado do PT ao governo de Minas, Nilmário Miranda, e os presidentes estaduais do PMDB, Saraiva Felipe e do PDT, Manoel Costa. Os militantes agitavam bandeiras e cantavam músicas da campanha petista.
Durante o percurso, uma grande bandeira do PMDB foi aberta no meio do público. Segundo Saraiva Felipe, ato que significava “uma demonstração de resistência” do diretório mineiro em relação à executiva nacional do partido, que apoia o candidato tucano José Serra.
O comitê de Serra não realizou nenhum ato público hoje em Belo Horizonte. O coordenador da campanha tucana em Minas, Silvio Mitre, disse que a orientação é que militantes, prefeitos e deputados continuem mobilizados em suas regiões até o encerramento da votação, no próximo domingo.