Concedida pela juíza federal, Carolina Lebbos, da 12ª vara da Justiça Federal, a autorização que permite ao ex-presidente Lula comparecer ao velório do neto, Arthur de Araújo Lula da Silva, foi cumprida por volta das 7h da manhã deste sábado (02). Escoltado por equipes da Polícia Federal (PF), Lula deixou a sede da superintendência do órgão de helicóptero sendo, em seguida, levado até o aeroporto Bacacheri onde um avião cedido pelo Governo do Estado o aguardava com destino à cidade de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, local do velório do menino. Segundo a PF, a aeronave que conduzia o ex-presidente chegou em São Paulo por volta das 8h30.

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Do Aeroporto de Congonhas, Lula embarcou em um helicóptero cedido pelo estado de São Paulo, da Polícia Militar, até um heliponto próximo a São Bernardo do Campo (SP). Ao chegar no heliponto, por volta 10h30, Lula seguiu de carro até o local do velório, que fica a cerca de 20 minutos do heliponto. Ele estava escoltando por 26 agentes da polícia. O ex-presidente deve presenciar a parte final do velório e também acompanhar a cerimônia de cremação do corpo do neto.

A cremação de Arthur está marcada para 12h no cemitério Parque da Colina, em São Bernardo do Campo (SP), onde também foi cremada a avó do garoto, Marisa Letícia, morta em 2017. Sem permissão para discursar, o ex-presidente deverá ficar cerca de 2 horas na cerimônia sendo, em seguida, trazido de volta à Curitiba. A expectativa é de que Lula regresse à capital paranaense durante a tarde deste sábado.

Lula deixou Curitiba por volta das 7h deste sábado. Foto: Gerson Klaina /Tribuna do Paraná

Luto

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Arthur Araújo Lula da Silva, de 7 anos, morreu no início da tarde da última sexta-feira (01), vítima de uma meningite meningocócica. O menino teve a morte confirmada pelo Hospital Bartira em Santo André, no ABC Paulista, onde foi internado logo no começo da manhã. O corpo de Arthur é velado desde a noite de sexta-feira, no Cemitério Jardim das Colinas, em São Bernardo do Campo, também na Grande São Paulo. Arthur era filho Marlene Araújo Lula da Silva e Sandro Luis Lula da Silva, filho da ex-primeira-dama Marisa Letícia e do ex-presidente Lula.

Como foi o velório

Familiares e amigos se despediram do menino num caixão branco aberto. À frente, foram colocados brinquedos, bola de futebol e um par de chuteiras. A sala estava repleta de coroas de flores, enviadas por políticos, membros da família, sindicatos e também pelo ditador da Venezuela, Nicolás Maduro.

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Apenas família e poucos políticos tiveram acesso a Lula dentro do crematório. Segundo relatos de pessoas que estiveram ali, Lula chorou compulsivamente ao entrar. Ele cumprimentou Dilma, Gleisi, Haddad e outros.

O petista pôde circular pela sala onde está o caixão do neto e pela sala adjacente. A Polícia Federal proibiu o registro de imagens, vídeos e áudios, inclusive pela equipe de comunicação do PT.

Ação de PM em velório incomoda familiares

O velório começou na noite de sexta-feira e seguiu durante a manhã deste sábado, com forte esquema de segurança.  Ao todo, seis PMs armados estão na capela onde o corpo do menino está sendo velado. Além disso, mais de dez viaturas estão no entorno do local e uma barreira foi montada na entrada do cemitério.

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O forte esquema de segurança montado pela Polícia Militar de São Paulo causou incômodo à família de Lula. O deputado estadual Emídio de Souza e Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, conversaram com o comando da Polícia Militar no local pedindo que os agentes sejam menos ostensivos e reclamando de exageros na operação. O comandante da PM afirmou que o combinado é a entrada apenas de familiares e amigos da família.

Porém, depois das reclamações da família, a PM decidiu mudar parte do esquema de segurança. Foi liberada a entrada de apoiadores do ex-presidente no cemitério Jardim da Colina. Eles, porém, não puderam entrar no local reservado ao velório. A PM também pediu que eles que não se manifestassem dentro do cemitério, em respeito a Lula e a sua família.

 Direito previsto em lei

Com respaldo na Lei de Execuções Penais (n°7210/84), o direito concedido aos reclusos em regimes fechado ou semi-aberto de compareceram a velórios de cônjuges, companheiros, ascendentes, descendentes ou irmãos, está previsto no artigo 120 da norma, que prevê o acompanhamento do preso por escolta até o local da cerimônia.

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Esta é a primeira vez que o ex-presidente deixará a sede da PF, em Curitiba, desde a prisão em abril de 2018. Em janeiro, após o falecimento de seu irmão, Genival Inácio da Silva, o Vavá, Lula não pôde comparecer ao velório por ter tido seus pedidos rejeitados por instâncias inferiores da Justiça.

Condolências

Já desde a confirmação da morte do neto de Lula, no início da tarde da última sexta-feira (1º), apoiadores do ex-presidente recorreram às redes sociais para prestar condolências e pêsames à família Lula da Silva. Entre eles, a também ex-presidente Dilma Rousseff se manifestou desejando serenidade e paz aos familiares neste momento de perda.

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A deputada federal e presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, também recorreu às redes sociais desejando força ao ex-presidente. “Estamos do teu lado, sinta nosso abraço e solidariedade. Faremos de tudo pra que você possa vê-lo”, ressaltou. Por fim, o ex-ministro, Fernando Haddad, que concorreu à presidência pelo partido nas últimas eleições, também prestou suas condolências. “Que Deus ampare a família Lula da Silva. Quanta dor!”, escreveu.

Polêmica

Em meio ao drama da família Lula, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL/SP), também recorreu às redes sociais para se expressar. Mostrando-se indignado com a saída de Lula da prisão para comparecer ao velório do neto, o filho do presidente Jair Bolsonaro disparou: “Lula é preso comum e deveria estar num presídio comum. Quando o parente de outro preso morrer ele também será escoltado pela PF para o enterro? Absurdo até se cogitar isso, só deixa o larápio em voga posando de coitado”.

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