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Presidente Lula estuda dar mais um ministério ao PMDB, para garantir apoio na Câmara dos deputados. |
Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva marcou para amanhã uma conversa com o presidente reeleito do PMDB, deputado Michel Temer (SP), e o líder peemedebista na Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para fechar a negociação do segundo ministério reivindicado pelos deputados.
A preferência da bancada, agora, é pelo Ministério da Agricultura. Entre os nomes cotados para comandar a pasta estão Eunício Oliveira (CE), Fernando Diniz (MG), Waldemir Moka e Odílio Balbinotti (PR), que é o maior produtor individual de semente de soja no Brasil.
Um dirigente nacional do PMDB informou que Temer e Henrique Alves tiveram uma reunião prévia, ontem, com o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro. No encontro, o ministro foi avisado de que é ?enorme e crescente? a pressão da bancada para que o partido recuse a pasta da Integração Nacional, já ofertada ao deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), caso o Palácio do Planalto limite a cota do PMDB a apenas um ministério. Os deputados não se conformam de ver a bancada do Senado com dois ministérios (Comunicações e Minas e Energia) e reclamam de que os senadores estariam a caminho de emplacar o terceiro ministro, com a indicação do médico José Gomes Temporão para a Saúde.
Afinal, diz um deputado influente na bancada, foi o senador e governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), quem indicou Temporão. Setores da bancada já cogitam, em último caso, de reivindicar a ?redivisão? da cota partidária. Dizem que aceitariam receber de volta o ministério das Comunicações, hoje comandado pelo senador Hélio Costa (MG).
O dirigente peemedebista explica, no entanto, que não haverá chantagem por parte da bancada federal, seja qual for a decisão do Planalto. ?O que há é a avaliação de que é melhor ficar em uma posição de independência em relação ao governo, a ter apenas um ministério, que não atenderá a demanda dos deputados?, explica o parlamentar que acompanha cada lance da negociação com o Planalto.
O presidente também se reuniu ontem com a Comissão Política do PT e o líder do partido na Câmara, deputado Luiz Sérgio (RJ), que disse que os petistas abriram mão de espaço no futuro ministério. De acordo com Sérgio, o partido não falou sobre cargos durante o encontro. ?O PT não discutiu nomes, não indicou nomes. Conversou com o presidente a conjuntura e o momento, e a reforma que pode ocorrer e que o presidente não tem pressa.? O líder disse ainda que é ?um prazer? sentar e conversar com o presidente. ?O PT apóia o presidente nas decisões que ele achar conveniente. Essa é uma das nossas obrigações?, garantiu. O inicio da reforma ministerial foi dado ontem com a substituição na Advocacia Geral da União. José Antonio Dias Toffoli substituiu Alvaro Ribeiro.