São Paulo
– O primeiro dia de campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e José Serra (PSDB) no horário eleitoral gratuito foi amistoso. Enquanto Lula se dedicou a apresentar os novos aliados nesta fase final da campanha, José Serra concentrou em suas propostas, se apresentou como mais experiente que Lula e criticou o adversário por não se dispor a a debater com ele na tv.Lula abriu o horário eleitoral gratuito destacando as alianças que fez para o segundo turno e sua presença no debate na Rede Globo, no último dia 25. O presidenciável ressaltou que o PT contará com uma significativa base na Congresso Nacional, depois das eleições. “Temos uma base de apoio que nos garante sustentabilidade para fazer as mudanças de que o País precisa”, afirmou. Lula apresentou o programa em um teatro, com vários integrantes do PT e aliados presentes. Seu vice, José Alencar, do PL, discursou. “Mais de três quartos dos eleitores brasileiros querem alternância de poder”, destacou Alencar.
Em seguida, Lula disse que todos os candidatos do primeiro turno que tinham propostas ligadas à mudança estão com ele. Em um vídeo pré-gravado, o ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, do PSB pediu apoio ao petista. “A vocês, que votaram em mim, eu peço, agora é Lula”, disse Garotinho. Outro adversário do primeiro turno das eleições presidenciais que está aliado a Lula no segundo turno e apareceu no programa foi Ciro Gomes, do PPS. Ele gravou o programa no próprio teatro, ao lado de Lula e Alencar. Ciro ressaltou que no Brasil “as coisas estão erradas” e que, pela terceira vez, o País foi “posto de joelhos diante de um receituário” que impede o desenvolvimento do Brasil, se referindo ao acordo do País com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Serra criticou Lula por ele, supostamente, não querer participar de alguns debates. “Não entendo porquê essa resistência do PT em debater comigo”, afirmou. No programa de dez minutos, a maior parte do tempo foi ocupada com uma entrevista em que o apresentador Alexandre Machado fazia perguntas para Serra. O candidato iniciou a fala comentando que o segundo turno é o melhor momento de se comparar posições, propostas e formas de resolver questões. “As diferenças (entre ele e Lula) não estão nas intenções, nem sequer na sinceridade, (…) mas na experiência, na possibilidade de que as mudanças aconteçam”, respondeu Serra ao justificar por que o eleitor deveria votar nele. Em seguida, ele falou sobre Lula não estar gostando da agenda de debates e citou um em que ele não apareceu, e que, segundo o Serra, estava marcado para a quinta-feira.
O candidato tucano também ressaltou as diferenças entre as propostas dele e o que o governo do PSDB fez até hoje. Serra citou que as dificuldades relacionadas a segurança e emprego serão tratadas de forma diferente. Na segurança, o governo federal atuaria com os estaduais, caso o candidato seja eleito. Serra explicou que todos os ministérios trabalharão para diminuir o desemprego.
O candidato prometeu que consolidará e ampliará diversos projetos na área social que foram adotados durante a gestão do presidente FHC, como Bolsas-Escola e Alimentação, Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) Vale-Gás, entre outros.