No último compromisso de campanha em São Paulo, Estado que governou até abril e que o credenciou para disputar a Presidência – além de ter sido o responsável por sua ida ao segundo turno -, o candidato do PSDB ao Planalto, Geraldo Alckmin, disse ontem que seu adversário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), está desrespeitando o eleitor ao falar já como eleito. Ao reiterar que o petista mente, o tucano o acusou de se aliar às oligarquias que sempre criticou e de dar as mãos a representantes da ditadura militar. ?Hoje o mentor do Lula é o Delfim Netto, o homem do AI-5 que disse que era pra cassar o Mario Covas. Como o Lula mudou. O Lula dos pobres virou o do luxo e o do Aerolula. O Lula dos trabalhadores virou o homem dos banqueiros. O Lula do avanço virou o parceiro das oligarquias. Que triste?, discursou o candidato ao chegar ao comício no Vale do Anhangabaú, no centro da capital.
Para o tucano, seu adversário é só arrogância. ?Ele é arrogante, vestiu um salto 15, desrespeitando o eleitor. A eleição é domingo. Como sempre, mentindo. É impressionante como não fica vermelho.? Apesar de as pesquisas de intenção de voto apontarem Lula como franco favorito, Alckmin reafirmou que acredita na vitória. ?Dá pra virar tranqüilo, estamos confiantes na vitória ?
No ato de ontem, que de acordo com a Polícia Militar reuniu 5 mil pessoas – o PSDB esperava15 mil -, a palavra de ordem foi empenho total e irrestrito nos últimos quatro dias de campanha. ?O Lula não vai ganhar por W.O. Ele vai ter que buscar voto. A campanha não acabou?, resumiu o presidente do PPS, Roberto Freire, um dos primeiros a chegar ao Vale do Anhangabaú. ?A partida só se encerra depois do apito final?, afirmou, de carona nas metáforas futebolísticas do presidente-candidato.