São Paulo (AE) – Ainda de olho na última pesquisa do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), contratada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada nesta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato à reeleição, e o candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB) desembarcam nos próximos dias no Sul.
Alckmin e Lula têm, na região, índices de intenção de votos inferiores à media nacional. Hoje, o candidato do PSDB a presidente estará em Rio Grande, Pelotas e Bagé (RS). Contando com 15% das intenções de voto no sul, conforme a Ibope/CNI, enquanto a média nacional é de 18%, Alckmin participará de encontros com líderes locais e visitará a Feira Nacional do Doce, em Pelotas.
O presidente, ainda sem oficializar a candidatura à reeleição, aparece na terça-feira em Curitiba e em Passo Fundo (RS) para o lançamento de programas ligados à produção de biodiesel nas duas cidades. É na região sul que Lula encontra, segundo o levantamento da CNI, um maior índice de desaprovação do governo e menor porcentual de intenções de voto. Conforme a sondagem, 36% dos entrevistados disseram que votarão nele na próxima eleição, índice bem inferior aos 48% recebidos na média nacional.
Na mesma região, 25% avaliam a gestão Lula como ruim ou péssima, enquanto a média nacional dessa percepção é de 19%. O presidente nacional do PT e coordenador da campanha presidencial pelo partido, deputado Ricardo Berzoini (SP), admite que Lula enfrenta dificuldades na região, sobretudo no Rio Grande do Sul.
As motivações para esse desgaste teriam origem econômica e não necessariamente política. ?Infelizmente, nos últimos dois anos, o sul enfrentou um problema sério de estiagem, prejudicando fortemente a agricultura. Embora o presidente Lula não tenha culpa dos problemas climatológicos, a quebra de safra prejudicou a agricultura e a economia local, gerando, assim, empregos num ritmo muito menor do que a média nacional?, avaliou. ?Temos também o problema do câmbio, que atinge mais dramaticamente os produtores do Rio Grande do Sul, o que também estaria por prejudicar uma melhor percepção do eleitorado sobre o governo?, acrescentou.
Berzoini negou, entretanto, que a ida do presidente ao sul tenha como objetivo melhorar a avaliação após o resultado da CNI. ?O presidente tem corrido todo o País e não seria diferente em relação ao sul?, adiantou.