Lula é a única opção do PT, diz Palocci

O PT não tem um plano B para o caso de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não ser candidato à reeleição. O comentário foi feito pelo ministro da Fazenda, Antônio Palocci, que está em Moscou para reuniões com o G-8, grupo que congrega os países mais poderosos do mundo. "Não existe um plano B. Nós temos apenas um plano L, de Lula", disse o ministro. Na véspera, Palocci expressou sua opinião de que o presidente deveria começar imediatamente a organizar sua campanha, sem esperar junho, como deseja. "Sempre existe a possibilidade de Lula não ser candidato. Isso é uma coisa pessoal. Se ele decidir que não é, não será. Mas eu não ouvi nenhuma voz nos aliados e no PT que não fosse de apoio à sua candidatura. Não vejo nenhuma tendência contrária", afirmou Palocci.

O ministro disse que os escândalos de corrupção não influenciarão a decisão de Lula sobre sua candidatura à reeleição. "Não é essa a questão. Lula sempre coloca o tema da reeleição como algo em que ele quer pensar melhor. Mas a tendência é que ele seja candidato", disse Palocci. Ele também rejeitou uma eventual candidatura sua à Presidência. "De forma alguma farei isso. Insisto que vou continuar como ministro da Fazenda", disse Palocci. Indagado sobre a possibilidade de o ministro Ciro Gomes ser indicado como vice da futura chapa de Lula, Palocci afirmou: "Ciro é um bom nome para qualquer situação. Mas, se não há uma definição da candidatura do presidente, não pode haver decisão sobre o vice".

O ministro avaliou que tanto o governador Geraldo Alckmin como o prefeito José Serra, pré-candidatos do PSDB, são páreos duros e o PT não tem preferência sobre o adversário a enfrentar. "São, ambos, candidatos muitos fortes", disse. Palocci explicou que Lula poderá trocar até um quarto dos ministros até abril, prazo legal de desincompatibilização: "Alguns que ainda não decidiram se serão candidatos querem ouvir o presidente e parceiros regionais", afirmou, lembrando que há casos certos, como os do ministro Jacques Wagner, que concorrerá ao governo da Bahia, e do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que será candidato a deputado.

Coordenador, sim

O ministro das Relações Institucionais Jaques Wagner classificou de "totalmente fantasiosas" as informações segundo as quais seu colega Antônio Palocci não será o coordenador da campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Acho que ele (Palocci) terá uma atuação na coordenação e na articulação da campanha e para isso poderá se afastar do ministério em junho", disse na manhã de ontem durante uma reunião no Diretório Regional do PT em Salvador com petistas baianos que discutiram a candidatura de Wagner para o governo da Bahia.

Conforme o ministro, nessa fase de pré-campanha, Palocci, mesmo na pasta da Fazenda, devido ao seu bom diálogo com empresários e governadores "já faz um processo de articulação política e é óbvio que estando no ministério com sua equipe bem montada, pode estar ajudando inclusive na elaboração de programas de governo", comentou. Depois, nos quatro meses que antecedem a campanha presidencial, "quando a coisa pega", conforme Wagner, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve decidir se Palocci precisa se afastar do cargo (de ministro da Fazenda) temporariamente para "se fazer mais presente na campanha".

A torcida de Jaques Wagner para que o colega seja mesmo o coordenador seria perfeita para não estragar os planos do ministro das Relações Institucionais de tocar o seu próprio projeto político como candidato a governador da Bahia. A única possibilidade de Wagner desistir da candidatura é se Lula insistir em colocá-lo na coordenação da campanha. 

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