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Brasília – Durante cerimônia em que recebeu integrantes da Caravana Nacional de Combate ao Trabalho Infantil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a sociedade deve continuar a pressionar o governo para que os problemas sociais sejam consertados o mais rápido possível. Ao ser cobrado pelas crianças presentes para que mantenha o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) e que saia mais às ruas para saber o que está acontecendo no País, Lula disse que toda forma de pressão "feita de forma gostosa", como a que estava sendo feita pela caravana, é bem-vinda porque, segundo ele, as decisões tomadas no Palácio do Planalto às vezes demoram muito tempo para chegar às pessoas beneficiadas.

Lula disse ainda que, para que sejam resolvidos, os problemas sociais precisam ser transformados em problemas políticos e que é isso que ocorreu quando todos os governadores assinaram documento se comprometendo a combater o trabalho infantil. Lula condenou ainda a prostituição infantil no Brasil e disse que esse problema não vai acabar apenas com a instituição de leis. "Se toda sociedade brasileira quiser pressionar da forma gostosa como vocês estão pressionando, então a gente vai poder consertar as coisas mais rápido do que determinam os prognósticos", disse Lula.

Uma das novidades anunciadas na cerimônia é que a lista de famílias beneficiadas pelo Peti será agora incluída no Cadastro Único do governo, que traz as pessoas beneficiadas pelo Bolsa Família. A idéia do governo, segundo o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, é unificar os dois programas até 2006. Este ano, o Peti está beneficiando 930 mil crianças e a meta é chegar a 1 milhão de crianças em 2005, com gastos de R$ 507 milhões.

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"O problema é que precisamos organizar o cadastro de todas as pessoas para fluir com muito mais facilidade os recursos que temos", disse Lula.

Depois de ouvir relatos de crianças que foram vítimas do trabalho infantil, Lula lembrou que vendia tapioca, mandioca e amendoim e que naquele tempo ser pobre era menos sofrível do que é hoje.

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"O trabalho do menor é uma coisa histórica e crônica no Brasil, mas era menos sofrível naquele tempo porque não tinha violência, drogas ou prostituição infantil. Era menos sofrível ser pobre naquele tempo", discursou.

Ao citar que o Bolsa Família vai chegar a 6,5 milhões de famílias em 2004, Lula disse que o programa está se tornando em um dos maiores programas de transferência de renda do mundo.