O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a Petrobras poderia ser a maior empresa do mundo e não foi porque seus dirigentes, em governos anteriores, "pensaram pequeno". No discurso de abertura do 5º Encontro Nacional do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural , o presidente disse que a idéia de que o petróleo iria acabar não é verdadeira.
"Ele não só não acabou como cresceu de preço e está crescendo a quantidade que está sendo produzida diariamente neste País", afirmou o presidente, lembrando que na campanha eleitoral de 1989 aprendeu com alguns teóricos que o petróleo ia acabar em 30 anos no Brasil e em 60 anos no México. "Eu e toda a classe política, naquela época, difundíamos o fim do petróleo. E passados 15 anos descobrimos que a indústria do petróleo ressurge, com muito mais força, não só por causa do preço do barril, mas porque as novas tecnologias permitem descobertas de novas reservas, em vários lugares do mundo".
O presidente disse ainda que embora o governo não mande na Petrobras, a empresa tem de saber que ela é subordinada ao seu acionista majoritário, que é o governo federal. "E, portanto, algumas decisões importantes passam pelo governo", disse o presidente, que bateu na mesa várias vezes, dando ênfase à declaração. Segundo ele algumas decisões importantes têm de passar pelo governo porque a Petrobras tem de pensar no País.
"Quando a Petrobras resolve tomar uma decisão, acatando uma orientação do governo, que vai voltar a fazer navios nos estaleiros brasileiros, que estavam quebrados, estamos dando sinais de que a construção de 26 novos navios pode virar 46, 56, 80 até 100", disse o presidente, acrescentando que quando a Petrobras começa a pensar em construir navios de 300 mil toneladas é para motivar os donos de estaleiros, que não devem ter medo de investir em novas instalações.
"Vamos parar de choramingar dizendo que fica caro produzir no Brasil e é tão lucrativo produzir na Noruega. Lá os trabalhadores certamente ganham mais do que os daqui e não vejo ninguém reclamando do custo da mão-de-obra. Ao contrário, vejo sindicatos fortes e partidos em harmonia" disse o presidente. Segundo ele, as empresas que fornecem equipamentos para exploração de petróleo não acompanharam a evolução desse mercado. "A demora na entrega dos produtos para empresas de petróleo é um problema no mundo todo. A capacidade dessa indústria não estava preparada para atender o boom do crescimento do petróleo".
O presidente reafirmou a necessidade de deixar de lado os que torcem para o Brasil dar errado. "Vejo a indústria brasileira se consolidando. Não tem mais retorno o crescimento da indústria no Brasil e da indústria do petróleo no Brasil".