Lula diz que não há nada definido sobre ministérios

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou ontem nota em que afirma que em relação à reforma ministerial, não tomou nenhuma decisão. O presidente classificou de ?desencontradas? e ?especulativas? as informações divulgadas pela impressa nos últimos dias, sobre demissões e escolha de novos ministros. 

Na realidade o assunto está sendo tratado e o próprio Lula gostaria de definir a reforma ministerial até a semana que vem. Anteontem pela manhã Lula reuniu-se com o ministro das Comunicações, Miro Teixeira, com o presidente da Anatel, Luiz Guilherme Schymura, e com o ministro da Casa Civil, José Dirceu. O teor do encontro não foi divulgado, falando-se apenas em ?atualização de assuntos administrativos?, o que fortaleceu cogitações sobre a saída de Miro, que no ano passado – apesar da orientação de Lula – não deixou o PDT, que virou oposição ao governo.

Também anteontem à tarde o chamado núcleo duro do governo também esteve reunido. Estavam presentes os ministros Dirceu, Luiz Gushiken (Comunicação de Governo), Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência), Antônio Palocci (Fazenda), e o vice-presidente, José Alencar. Assessores de Lula, no entanto, informaram que o presidente deve dividir a reforma em duas etapas. A primeira, mais reduzida, seria feita ainda nesta semana para acomodar o PMDB no primeiro escalão do governo. A segunda seria concluída em abril, quando alguns ministros deverão sair para disputar as eleições municipais, o que lhes garantiriam uma saída ?honrosa? sem criar mal-estar no PT ou nos partidos da base aliada.

No entanto, após meses de espera e promessas, o PMDB está ansioso por uma definição. O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), disse ontem, em que só iria a Brasília – ele está em Maceió – antes do início da convocação extraordinária se for chamado para uma conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na sua avaliação, o PMDB no Senado só irá se reunir para tratar da escolha do eventual ministro do PMDB depois que o presidente tiver conversado oficialmente sobre o assunto com a cúpula do partido e tiver definido o espaço que terá no governo.

?Vamos aguardar, pacientemente, que o presidente defina o que quer e nos chame. Na Câmara, não há um segundo nome e o líder Eunício Oliveira é o nome que atende a todos nós. Mas no Senado, há um excesso de nomes. Mas, para que a gente chame pelo menos os interessados para discutir a questão, tem que haver uma proposta do governo?, disse Calheiros.

Na opinião do líder, a definição do espaço que o PMDB terá no governo também facilitará a escolha do nome porque se pode avaliar qual o perfil mais adequado para exercer a função. A negociação em torno da reforma ministerial, que vinha acelerada nos últimos dias, esfriou com a nota da Presidência da República desmentindo a intenção do presidente Lula de concluir a reforma até a sexta-feira.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo