O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou, em discurso na 34ª Reunião de Cúpula do Mercosul, que "inimigos internos e externos" do bloco não querem ver o seu avanço. Entre os inimigos internos, Lula mencionou claramente os corpos técnico e burocrático dos quatro países sócios do projeto. O presidente reconheceu, entretanto, que se a integração não se aprofundou como deveria nos últimos anos, "a culpa é iminentemente nossa". Para ele, para os temas de integração, a vontade política deve prevalecer sobre as decisões técnicas.

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"O Mercosul é como um filho que colocamos no mundo e, às vezes, somos tão exigentes com ele que só vemos coisas feias nele. Dentro dos nossos governos, das nossas burocracias, há gente que não assimila o Mercosul", afirmou Lula, para acrescentar em seguida que muitos prefeririam que os membros do bloco firmassem acordos comerciais com os Estados Unidos e a União Européia. "É como dizer para nosso filho que ele é feio, tem nariz grande, orelhas grandes. Vamos colocar um pouco de beleza nesse filho. Esse filho pode produzir mais. Não usamos nem 40% do seu potencial.

Logo ao lembrar que ainda lhe resta três anos de mandato, o presidente Lula defendeu que será possível avançar, nos próximos dois anos, o que "não avançamos em dez anos no Mercosul". Dirigindo-se como "o decano do Mercosul" à presidente da Argentina, Cristina Kirchner, que assume a partir de hoje a presidência temporária do bloco, Lula aconselhou a conclusão das medidas que eliminarão a dupla cobrança da Tarifa Externa Comum (TEC). "Se a gente ceder à burocracia interna e aos que sonham em vender tudo para os Estados Unidos e a União Européia, não daremos o salto de qualidade", afirmou.

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