O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (26) que preparou "a casa para a gente (o País) dar o segundo grito de liberdade" e disse que quer ser respeitado "enquanto nação e na nossa soberania". Em discurso na inauguração da nova fábrica de pneus da francesa Michelin no Rio, Lula criticou o Fundo Monetário Internacional (FMI) e disse duvidar que outro presidente faria o aperto fiscal que ele alegou ter feito ao chegar ao governo, em 2003.
"O FMI tinha US$ 15,9 bilhões depositados na conta do Brasil com uma espada na cabeça do governo. Era como se mesmo depois da morte de Tiradentes e da Independência em 1822, a gente não tivesse independência. O que fizemos: vamos preparar a casa para a gente dar o segundo grito de liberdade e dissemos, não precisamos mais de vocês, pega os (US$) 15,9 bi de vocês, tchau e bênção. Vamos cuidar do nosso próprio nariz com os nossos erros e os nossos acertos", afirmou o presidente.
Em seguida, Lula citou o fato de o Brasil ter hoje reservas maiores do que a dívida externa e declarou: "Hoje, com muita humildade, podemos transitar no mundo não de nariz em pé, mas de cabeça erguida. Queremos ser respeitados enquanto nação e na nossa soberania, nós decidimos o que queremos, como queremos e quando fazemos as coisas. É importante as pessoas perceberem que tem muita gente dando palpite. Ao longo dos últimos anos todos os analistas econômicos quebraram a cara".
No discurso, Lula citou ainda a crise das hipotecas de segunda linha (subprime) nos Estados Unidos e afirmou que o banco americano Citibank "’tomou na cara’ 10 bilhões (de dólares) porque especulava".
