Foto: Ricardo Stuckert/PR |
Lula e Michelle Bachelet conversam durante visita à Escola República do Brasil. |
Santiago – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem, em Santiago, que não vai interromper o diálogo com a oposição por causa da CPI do Apagão Aéreo nem das críticas do PT aos tucanos. Disse não ter medo de CPI e insistiu que o essencial é consolidar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Plano de Desenvolvimento da Educação. Prometeu, ainda, lançar um ?paczinho social? e outro ?paczinho da Saúde?.
?Se alguns setores da oposição precisam de CPI para fazer o seu papel no Congresso, eu entendo isso como normal?, disse Lula numa conferência de imprensa realizada logo após a assinatura de acordos bilaterais entre Brasil e Chile, no Palácio de La Moneda. O presidente mencionou vários indicadores econômicos, como a queda dos juros e o aumento das reservas, para dizer, em tom irônico, que compreende as ?razões? dos adversários.
?Enquanto a oposição pensa em fazer CPI, eu vou pensando em construir o Brasil?, disse Lula. ?É assim que eu penso e não mudarei meu comportamento por causa de uma, duas, três, quatro ou cinco CPIs. Eu respeito a oposição e vou tratá-la como ela merece.?
Lula procurou amenizar a resolução do Diretório Nacional do PT, com críticas a seu governo. O documento destaca que o partido fará ?firme oposição? aos governadores do PSDB. ?A gente não pode secundarizar o prioritário. E o prioritário, nesse instante, é consolidar o PAC, o Plano de Desenvolvimento de Educação. Vamos lançar, também, um outro paczinho de políticas sociais e outro paczinho de Saúde?, observou.
O presidente não quis comentar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que por 11 votos a 0 determinou a instalação da CPI, alegando não ter o hábito de dar opinião sobre julgamentos. ?Todo mundo sabe que CPI é um instrumento minoritário contra a minoria. Mas, se eu fui minoria por tanto tempo e pedi CPI contra os outros, por que haveria eu de ficar zangado com pedidos de CPI contra o governo??, perguntou.
Argentina
Depois de visitar o Chile, Lula foi ontem mesmo para a Argentina. Desde que tomou posse, em janeiro de 2003, Lula esteve sete vezes na Argentina. No momento em que colocar seus pés na pista do aeroporto metropolitano de Buenos Aires, mais conhecido como ?Aeroparque?, começará sua oitava visita. Lula não teve uma reunião tête-à-tête com Kirchner desde janeiro de 2006, quando o presidente argentino foi ao Brasil visitá-lo. Tudo indica que esta passagem pela capital argentina -de menos de 24 horas – será a mais plácida de todas. Na maioria das ocasiões anteriores, as visitas de Lula tiveram pontos de atrito, tensões elevadas e fartos motivos para irritações profundas.