Primeiro colocado nas pesquisas de intenção de voto, embora esteja apenas cinco pontos porcentuais à frente do candidato do PPS, Ciro Gomes, o petista Luiz Inácio Lula da Silva considera a hipótese de vencer no primeiro turno.

Lula disse não estar preocupado com a subida de Ciro, nem com as projeções que indicam que o candidato trabalhista venceria Lula no segundo turno. “É inconcebível que você comece a pesquisar um segundo turno sem terminar o primeiro. Nós nem sabemos se vai ter segundo turno?, afirmou Lula, depois de gravar cenas para o horário eleitoral gratuito no estaleiro Brasfels, antigo Verolme, em Angra dos Reis.

Lula argumenta que a propaganda gratuita ainda nem começou e que ainda faltam debates importantes, que poderão definir o voto do eleitor. “É muito cedo para fazer qualquer prognóstico. Tenho certeza é que as possibilidades que nós temos de ganhar as eleições são muito grandes”.

O candidato defendeu que, se a governadora petista do Rio, Benedita da Silva, candidata à reeleição, tiver provas de irregularidades do governo de Anthony Garotinho, candidato a presidente pelo PSB, ela terá de torná-las públicas. “Não temos que inventar nada contra ninguém, contra ex-governador, contra candidato. Se houver comprovação de coisas mal administradas, de dívidas não pagas, acho que a Benedita tem a obrigação de demonstrar para a opinião pública o que aconteceu”, declarou. Lula disse que, em relação à segurança pública, “o ex-governador tenta jogar a culpa na governadora Benedita da Silva, quando na verdade ela está começando agora o governo.”

Com o acordo entre o Brasil e o FMI já firmado, Lula disse esperar que nos próximos dois meses o debate entre os candidatos passe a girar em torno de outros assuntos, principalmente problemas sociais. “Vamos ter dois meses para discutir outros assuntos, ao invés de discutir fuga de capitais, remessa de lucros e superávit primário”, afirmou. O candidato petista disse não acreditar que o acordo beneficie o candidato do governo, José Serra (PSDB).

No estaleiro, depois de gravar as cenas para a televisão, Lula, ex-metalúrgico, almoçou no restaurante da empresa, visitou a escola de formação de técnicos e outras instalações, como o setor de solda, e conversou com vários operários. De cima de um caminhão, Lula falou aos funcionários, criticando principalmente a contratação, pela Petrobrás, de empresas na Noruega e em Cingapura para construir plataformas de petróleo. Segundo o candidato, os estaleiros brasileiros têm perfeitas condições de construir as plataformas. “Na pior das hipóteses, a Petrobrás poderia adaptar o desenho da plataforma às possibilidades de produção no Brasil”, defendeu o petista.

O candidato prometeu discutir a reforma da Previdência com os trabalhadores, caso seja eleito, e criticou a aposentadoria por idade em substituição à aposentadoria por tempo de serviço.

O candidato deixou claro não ser a favor a construção da usina nuclear de Angra 3. “Prefiro que a gente tenha uma geração de energia mais barata. A energia nuclear precisa ser melhor rediscutida no mundo inteiro, porque custa muito caro e o resultado é insuficiente para as necessidades”, afirmou.

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