Lula descarta criação imediata de imposto nos moldes da CPMF

Depois da forte reação negativa da oposição à idéia do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de recriar a CPMF, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enquadrou o seu auxiliar. Ao ser questionado sobre a proposta de Mantega, após votar nas eleições para a presidência do PT, Lula respondeu: "Avalio que ele (Mantega) vai ter que me convencer da necessidade disso. Ou seja ele falou para vocês (jornalistas) e agora vai ter que colocar na minha mesa e eu vou decidir se vamos ou não vamos, se precisamos ou não precisamos. Eu quero ver todas as contas".

O presidente destacou que não há motivos para que o governo fique estressado e tome decisões açodadas. "A orientação que dei ao ministro da Fazenda quando viajei é que é preciso neste momento contar até 10. Não tem nenhum medida precipitada", afirmou, para pouco depois mandar mais um recado para Mantega. "O que eu quero é que tudo fique na normalidade. Não existe nenhuma razão para ninguém estar nervoso. Não existe nenhuma razão para que alguém faça alguma loucura de tentar aumentar a carga tributária. O fato é que nos vamos encontrar uma saída. Eu estou tranqüilo de que o País vive um momento bom e, portanto, o governo precisa entender que o momento é mais de reflexão do que de reação", disse.

Maior arrecadação

Para Lula, o desempenho favorável da economia deve ajudar o governo compensar parte das perdas com o fim da CPMF, já que o crescimento do País estimula o aumento da arrecadação de impostos. "Obviamente trabalho com a expectativa de que, se a economia crescer mais, nós vamos arrecadar mais", disse. Segundo ele, na quarta-feira, após o retorno das viagens para a Bolívia e Uruguai, que se iniciam neste domingo (16), será feita uma reunião com os ministros para "pensar o que fazer".

O presidente disse anda que a decisão do Senado faz parte do jogo democrático, mas atacou aqueles que votaram contra a CPMF. "Acredito que gesto foi impensado e, se foi pensado, foi de má-fé de algumas pessoas que votaram contra sabendo que causariam prejuízo de R$ 24 bilhões para a Saúde", afirmou. "Alguns senadores que votaram contra fizeram isso porque não querem que este governo dê certo, outros porque acreditam na teoria do quanto pior, melhor; alguns, com medo de serem cassados pelos seus partidos. Ou seja, tem um pouco de tudo", acrescentou.

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